terça-feira, 28 de outubro de 2008

Fora da área de cobertura e temporariamente (por tempo indeterminado) desligada

Quase um mes que nao estive mais por aqui.
E agora de passagem, caso alguem ainda leia meu blog abandonado.
Poderia eu falar de viagens, festas, atrasos, multas, trens estragados, unhas posticas (que no momento soh tenho 3 que nao consigo descolar, todas as outras caíram), mas minha aparicao eh estritamente profissional. Afinal de contas, apesar de deboches, eu trabalho SIIIMMMM MUUUITO e estudo. Mais trabalho do que estudo, mas tudo indo pros conformes como diria o pai meu.
Venho por meio deste entao contar que fui transferida... transferida nao, fui promovida (fica mais bonito) pro marketing! Meu chefe achou que meu alemao já tava dando conta uuuiiiiii e agora comecei. 10.853,25 coisas pra fazer, explicacoes cada vez mais rápidas e mais complexas, já recebo e-mails, atendo telefone e nao conto mais sapaaaaatttoooosss!!!

terça-feira, 30 de setembro de 2008

Todo recomeco vem do final de um outro comeco

Todo recomeco vem do final de um outro comeco
E pra quem acha que eu só erro... conferir 400, sim, qua-tro-cen-tos, pares de sapatos um por um para chegar no final e saber de novo que estava tudo errado. Sim, esse foi meu dia. Eta semana difícil. MAS, dessa vez a culpa não foi minha. Pelo menos dessa vez. O tiozinho explicou lá que o cliente era chato, que tinha que conferir o pedido de 400 um por um (ou seja oitocentas unidades de pisantes de seguranca) e que a conferencia consistia em verificar o número e qualidade da etiqueta e só.
Eu já estava conferindo também, por pura desconfianca minha, a numeracao.
Chegando no último lote de saptos, depois de hoooooras passadas, unhas destruídas, maos calejadas e com cortezinhos das caixas, bracos e costas doloridas (porque eu tinha que carregar eles pra lá e pra cá tambem) percebo eu que um par não possuía a mesma palmilha dos demais. Fui perguntar. Ninguém me falou sobre palmilhas, NINGUÉM. E foi exatamente isso que ouvi: “ai, eu não te disse nada né?” Pelo visto ninguem sabia que existia essa possibilidade de modelos antigos no meio dos novos “empalmilhados” modernamente.
Pior foi que depois ouvi: “porque tu não veio antes”, minha resposta foi COMO É QUE EU IA SABER??? Pelo menos vi o furo, quase que ia ser enviado assim mesmo e depois o rolo que ia dar... ui, e comigo no meio. Aí ouvi os deboches e um boa sorte para o recomeco da contagem...
Nao gosto de palmilhas e não gosto de cadarcos, mas gosto de etiquetas. Palmilhas se escondem e dao trabalho, cadarcos não tem código de barras para eu scannear, mas etiquetas encerram a remessa.

Perrengues trabalhistas

Está comprovado cientificamente, através de teoria e prática, que discutir com algém e contar (falo de números) é funcao quase que exclusiva e muito difícil de ser substituída e/ou alterada da língua materna. Ou seja, agredir e soltar uns palavroes e contar, somar, subtrair, dividir e o caralho a quatro vai sempre migrar pro lado do cérebro (no meu caso) onde está o portugues. Ainda mais quando necessário lidar com contagens de dezenas invertidas e algarismos intermináveis que alternam entre os ordinais e cardiais.
Na minha evolucao de desempenho de tarefas, fui mandada fazer o inventario de tres interminaveis corredores de caixinhas coloridas, amontoadas de sapatos, aguardando um pouco de reconhecimento e atencao. Recebi a folhinha quadriculada (que me lembrava mais um jogo de batalha naval) com espaco para escrever o modelo dos calcados e casinhas com a numeracao do trinta e cinco ao quarenta e nove ou do fünfunddreißig até neunundvierzig.
Auf Deutsch me explicaram como fazer a contagem (de acordo com a divisao de pacotes e numeros de caixas contidas em cada um... caixas menores ficam em maior quantidade e maiores em menor, obviamente). Me esclareceram também sobre a importancia (e pelo jeito que falavam era um erro quase letal) de não fazer uma contagem exata. Peguei minha prancheta e me preparei para hoooooras de contagem, exigindo de mim a maior atencao que já não é lá das minhas qualidades mais admiráveis.
Acontece que era de tao crucial importancia o inventário que me disseram, ainda, que ele era feito entre duas pessoas, para garantia de acerto. Foi entao que REALMENTE comecaram meus problemas.
Sou obrigada agora a voltar ao mês em que cheguei aqui na Alemanha e fui convidada para a festa anual da empresa. Lá estava um funcionário embriagadérrimo que alugou a mulher do meu chefe (e ela sem perder a pose teve de dancar com o dito cujo), além de mim e das outras brasileiras que estavam aqui. A pessoa era tao sem nocao que chegou a me xingar, dizendo que eu não sabia dancar e cospindo palavras ou xingamentos alemaes na minha cara quando não foi possível entender que na verdade ele que não estava agradando e NINGUEM queria dancar.
Depois de iniciada minha rotina de trabalho, descobri que o senhor trabalha no depósito, e ao sair do trabalho todos os dias vai direto beber sua cervejinha que (atencao aos que pensam que tomar uma ou outra TODO dia não faz mal) o faz tremer incessantemente e me arrepia da cabeca aos pés. Triste, eu sei.
Mas triste mesmo foi quando escalaram o tal sujeito pra ser a minha “dupla” na contagem. Eu sozinha faria com calma, ia demorar eu sei, mas se devagar e sempre eh o ditado em portugues, descobri que em alemao eh devagar e certo (e isso é verdade!).
Eis que ele comecou num tal de numeros ordinais usando só o segundo dígito da dezena dos tamanhos e cardiais para a quantidade numa velocidade de soma que me levou a ter que optar entre tentar contar junto ou anotar os resultados. Saí anotando. Era um tal de “nullereinmalhundertplussiebenundzwansigplusfünfzigeinhundertsiebenundsiebzig” e em seguida emendava outro. Por tudo que só não sentei e chorei num primeiro momento porque quase me mijei num segundo.
Acabada a contagem veio o colega responsável fazer um “teste”. Não podia dar outra: tres conferes e tres erros. Contar tudo de novo. Reiniciamos e fomos ate a metade, dessa vez eu tentando emendar o raciocinio ou contar alto em portugues pra ver se dava jeito. Chegamos até a metade e fui chamada de volta ao escritório... outras coisas pra fazer e pá e tal.
Hoje de manha eu cheguei e tive que ouvir que havia mais de dois erros em cada página e que isso era pior do que ruim e bla bla bla. Haja... Se alguém tiver os resultados desses estudos traduzidos na lingua germanica (de preferencia adaptando ao fator adicional de um elemento “atrapalhativo” naquilo que já é prticamente impossível de ser feito) favor enviar EM CARÁTER DE URGENCIA!
Zentausandachthundertdreiundfünfzigkommafünfundzwanzig pra eles também.

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

De passagem

Eis que acabaram minhas férias. Sim, eu estava de férias e por isso fiquei um tempo afastada dos meus ecritos (vou culpar nas férias e nao no fato de novamente nao ter internet em casa, nem office, na verdade depenei o computador – já virou piada, eu versus a tecnologia, é um jogo muito desleal).
Depois de 20 dias de visita da minha mama, muitas risadas, passeios, alguns sustos e atrapalhacoes, cervejinhas, e alguuuuuuumas horas dentro do carro atravessando pra lá e pra cá (muito bem acompanhadas, diga-se de passagem, pela Dona Ge e pelo seu Marcelo - e essa ainda vai render, mas preciso de tempo pra escrever) volto eu a bancar de gente grande, trabalhar um pouco e retomar o Deutsch, afinal foi isso que vim fazer aqui … nao?
Nesse meu primeiro dia, de volta à essa rotina que me mata, tive a notícia de que haverá uma feira em Hamburgo (acho eu que eh Hamburgo) de 7 a 10 de outubro. A empresa vai participar. Eu fui convidada. Vou junto.
Falando em ir, está acabando meu tempo de acesso…. Fui…

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Título nada a ver: e tudo o que eu queria era conseguir pensar em uma coisa por vez

Como disse a Cami (e muit bem dito): "deve ser muito difícil ser tu, com tanta indecisao". Se é.
Mas... decidi ser uma pessoa mais mao aberta, aproveitar alguns servicos e comprar alguns bens. Nada superficial, obviamente. Somente aquilo que eh necessário e/ou vale a pena.
Descobri entao um batom que supostamente teria duracao de 16 horas, resistente à tudo: refeicoes, pepel, toalha, creme, beijo, banho e por aí afora.
Desde quando eu era crianca até o meio da minha adolescencia, batom era fundamental no meu “look” (desastroso) diário. Depois fui para os olhos e deixei a boca meio de lado - até porque pra ficar retocando eu nao tenho saco.
Inventei de querer um batom desses modernosos, mas e o custo? 10 euros. Ui!
Nao tinha como comprar sem fazer um teste.
Cheguei na loja, larguei a bolsa no chao, arranquei uma folha do meu bloquinho e me coloquei a postos para a „experimentacao“. As primeiras duas cores eu coloquei e tirei correndo. A boca já ficou beeeemmm marcada, mas ainda tentei encarar uma terceira: HORROSA-NÍVEL-MEDO.
Aí nao teve mais jeito. “Experimentou, grudou”. O negócio fixou de uma forma que realmente nao teve o que fizesse sair. Passei papel, esfreguei com a mao, fui pra casa, lavei, tomei banho, dormi e hoje trabalho assustando os coleguinhas e causando algumas risadas.
Resultado: nao comprei o batom, como vou saber que cor me agrada?Mas pensando bem, serve ao que se presta e se pá ainda compro. Vai depender de quantos dias eu ficar aqui. A cada dia da semana passo na loja e experimento um, sei que estou sujeita a drásticos problemas de aparencia, mas qualquer coisa digo que é a moda no Brasil e pros daí eu digo que eh meu novo look europeu. uuuhhhhhhhh

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Como dona de casa sou uma ótima amiga

Nao seguindo uma linha cronológica “correta” (o que eh muito relativo, assim como nosso entendimento do tempo – ao meu ver) voltemos ao sábado. Decidi preparar a casa para receber a minha mae. Uma senhora pra lá de caprichosa na limpeza, pra dizer o mínimo, extremamente asseada. E é minha mae; dizem.... E já aproveitar para impressionar o alemao.
Peguei o aspirador de pó, vassoura, balde com água e desinfetante e até um pano de chao - isso que a casa já estava em ordem, só tinha um “grosso” mesmo pra tirar. Me botei a limpar, aspirei os tapetes estrategicamente distribuídos pelo apartamento, varri cabelo, pó e afins, lavei o piso frio e tirei as manchas da cozinha. Até a Cami entrou na roda e deu uma aspirada.
Seguimos nosso dia, tomando banho de sol (pasmem, foi verao na Alemanha – pelo menos por um final de semana – eu eu tenho um terraaaaaaco, que felicidaaaaade, literalmente firmo).
Aparecendo o alemao, a primeira coisa que diz: “precisamos dar uma limpada na casa amanha, neh?”. Ah was?!? Tentei explicar que eu tinha limpado o chao e tal (só nao limpei o quarto dele, obviamente), mas ou ele nao entendeu ou fui ignorada solenemente.
Depois as mulheres que sao difíceis de entender, quando na verdade ELES nao enxergam nada do que a gente faz pra agradar.
Assino eu, uma dona de casa vaiada.

P.s.: ele de fato cobrou a faxina de Domingo.

domingo, 31 de agosto de 2008

E o veredito...

... nem deu tempo de sofrer muito esperando pelo próximo capítulo.
A pessoa "desentocou" e até janta eu levei.
Se pá na próxima eu pego a lideranca.

Fui pro paredao

Depois de uma semana comemorativa e bêbada chegou finalmente a sexta-feira. Fiz minha aula de alemon e pela primeira vez aqui consegui sair para correr. Ate o sábado então só me restava descansar e estudar um pouco. Ledo engano 1.
Chegando em casa fui falar com meu colega e a primeira coisa que ele me diz eh “não sei o que aconteceu com teu alemão essa semana, mas tá pior do que tava semana passada.” Uhhhhhh nada como a sinceridade germânica, se as brasileiras chocam com algumas atitudes, eles chocam com muitas palavras.
Eis que minha amiga Cami liga e, depois de alguns meses de desencontros e umas imploradinhas básicas, vem passar o findi comigo. Rá, duas contra um! Cervejinha básica pra afogar as mágoas (e o comentário) e aquela coisa toda.
Durante a semana eu já tinha combinado com o amigo de irmos numa festa no sábado em uma estação de metro. Comprei os ingressos, nove euros cada um, e já tava conformada com o possível saldo negativo, afinal de contas, como comentado, fé nível zero no potencial festivo alemão. Ledo engano 2.
Sem muitas expectativas começamos a beber em casa: uma cervejinha, outra caipirinha, uma vodka com chá gelado (eca!). Quase tivemos uma baixa no time logo de saída e uma Cami capotada no sofá. A idade pode pesar, o cansaço por aqui também (que ainda não entendi qual é que é, mas é tarefa árdua me manter acordada nesse país), mas quem é ligeira e sabe causar com propriedade não pode fazer feio. Então que conseguimos reverter a situação e nos tocamos pra tal da festa já meio em diagonal.
Pegamos o trem errado pra chegar na estação da festa, mas não fomos os únicos. Nos juntamos com uma galera então, rachamos os táxis e simbora lá. MEGA produção, que já não me impressionava mais tanto (e eu havia visto no dia anterior quando da minha corridinha), e expectativas em baixa. Na entrada um drink de Jegermeister (conhecido pela minha memória como dispositivo “desligar”), depois uma cervejinha e outra. FESTAO. Só não teve fogos de artifício (aliás, esqueçam tudo o que falam e mostram nos filmes sobre fogos de artifício e sinos badalando). Put* produção, música boa, muito espaço, amigos novos gente fina pra cara***, etc e tal.
Acontece que o amigo-vizinho-morador-do-mesmo-apartamento-do-que-eu não eh uma pessoa muito interessada em conhecer gente nova, ainda mais no trago. Se botou de canto enquanto fazíamos fotos, dançávamos e socializávamos com a galera.. quer dizer, eles socializavam, eu dançava. Momento altista da Patrícia – nada de novo – me toquei pra frente da caixa de som e lá fiquei fazendo a minha festa. Assim não me incomodava com o colega, e nem com o resto do pessoal. Por via das dúvidas “sozinha” eh sempre uma boa solução.
Devo ter ficado bastante tempo ali porque hoje as pernitchas não querem andar e alguns dedos por aqui viraram bolhas e nada mais.
Pelas seis da manha tivemos que sucumbir ao cansaço do Nico (tá, mentira, a gente cansou também e acho que a festa deve ter acabado) e viemos pra casa. Pegamos o trenzinho e depois uma caminhadinha... mas e se, durante a caminhadinha, dá vontade de fazer xixi? Acha um canto e faz ué. Se homem pode, por que não poderíamos nós? E sempre foi assim...
Bom, como já não tivesse sido pouco para o personificado estereótipo alemao que comigo habita... não tem álcool que me faca esquecer a cara de pavor após o xixi parceiro, dizendo: “meus Deus, nunca vi uma guria fazer uma coisa dessas”. Que eu saiba, independente do sexo e da nacionalidade, xixi e outras cositas más todo mundo faz. Não entendi muito bem.
Resultado: um alemão ainda mais chocado (pra dizer o mínimo), muitas pessoas causantes, todo mundo tranqüilo da bexiga, pés descalços, larica de bêbado e eu no paredão.
Ele não saiu do quarto, serei eu expulsa da casa?

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Vida Comunitária

Agora convivendo um tanto mais com a alemoada, visto meus dois moradores conjuntos, inevitáveis bizarrices e atrapalhacoes.
Uma coisa que nao entendo até agora, entao se alguém puder por favor me explica, é por que o interruptor da luz do banheiro na Alemanha fica do lado de fora? Ou seja, fica situado no corredor … MENOR sentido.
Noite dessas, eu muito apertada saí correndo pro banheiro, mesmo antes de abrir a porta ja fui “ligando” a luz, ao tentar abrir a macaneta só o que ouvi foi meu vizinho gritando algo nada inteligível ao qual respondi com o meu costumeiro Entschuldigung. Em seguida veio ele falar comigo: eu tinha deixado o cara no escuro e pior, na noite anterior havíamos ido jantar e dar uma causadinha e pá e tal, e ele entao ainda me esclareceu que a combinacao cheesburguer com ceva nao tinha sido muito favorável ao estomago, tanto dele quanto do outro (denominado Milco). Uuuuh, muita informacao.

Outra coisa que ainda um tanto me surpreende por aqui é como as pessoas assoam o nariz a todo momento e nos lugares mais inusitados. E essa vai pra minha irma que se incomodou tantas vezes com as minhas assoadas à mesa APÓS as refeicoes.
Alemao come muito rápido. Pelo menos os que conheci até agora. Tanto homens quanto mulheres. Entao muito à vontade jantando eu, com toda calma do mundo (e que calma nao eh o meu forte), chocando a dupla: pelo visto ter tatuagem, tomar cerveja (tomar “mesmo”), comer batata frita e frango com as maos e ainda ser menina é um tanto estranho (mas assegurado que num bom sentido) para esses com quem moro. Ah, eles nao entendem de uma boa toscaria. (e de fato, pelos lugares frescos que frequentam, as minas que conhecem devem ser muuuuito chatas).
Foco: o ranho. Okay, os guris terminaram de comer e eu segui remando no meu prato (até por que um franguinho por oito euros tinha que ser gigante e se pá em molho dourado – refeicao mais cara que tinha feito até o momento, equivalente a uma media de 23 latinhas de ceva de meio litro a 5% - inclusive muito eficientes para fazer a galera perder a compostura e qualquer formalidade). Comendo eu estava, o amigo na necessidae de limpar o salao (uuuh, nessa me puxei) nao teve dúvida: tirou o lencinho do bolso e sem nem ao menos olhar pro lado expeliu tudo aquilo que lhe incomodava. Como nao bastasse, deu uma olhadela para o paninho, enrolou e colocou de volta no bolso. O que é que eu digo numa hora dessas? “Me ve mais uma Bier porque teremos uma looonga noite”.

Nós, pessoas do ramo dos sapatos, somos muito influentes e bem relacionadas.
E se algumas de nós nao conhecem gente em quantidade nao eh problema, conhecer em qualidade é o que há. Entao que o tal de Milco (proprietário do quarto e movéis que agora ocupo e uso com tanta propriedade e a quem tive a cara de pau de perguntar se ele levaria as “minhas coisas” embora.. hihiiii, ate Janeiro eu devo seguir mobiliada) formou-se (as Deutsch formaturas sao muito chatas, por sinal, ainda falarei mais sobre isso, mas minha coclusao ate aqui é de que alemon pode entender de beber em quantidade, mas de fazer festa…. Ai ai ai).
E eu sou agora amiga dos tiras.
Sim, tomando uma ceva “celebrativa” conheci a mais nova equipe policial formada aqui (nao sei pra que serve isso, mas eh bom registrar)… Problema eh que a maioria eh de Bonn, ou seja, quem quiser se meter com os caras da lei que vá pra Bonn e qualquer coisa eh soh dizer que me conhece. Pffffff.
Fui….

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

A arte do ressarcimento

Gastar dinheiro por aqui , como em qualquer outro lugar do mundo creio eu, é barbada. Barbada pelos apelos promocionais, variedades de porcarias intermináveis e barganhas muito atraentes. Ao mesmo tempo difícil para os que nao prorizam muito essa parafernália toda e gostam de dar uma economizada para seus respectivos fundos (hummm) como eu (no meu caso o FMIV; existente há mais de oito anos). E um processo complexo para os indecisos e levemente enrolados.
Desde que cheguei por aqui – contando do acréscimo de uma semana: dois meses – eu já cancelei tres contratos e fiz, no mínimo quatro devolucoes. Fora as que ainda estou cogitando.
Acabei descobrindo que essa é uma das poucas coisas que consegui realizar com exito e de primeira, algo fácil (dentro da medida do possível) e que funciona, embora se conversarmos com as pessoas erradas farao terrorismo e dirao “nao vao deixar, tu nao vai conseguir e bla bla bla. Entao vai a dica: nao acredite em tudo que dizem sobre a burocracia alema, muitas coisas sao mais simples do que se imagina e a “puxar pra baixo” nao há quem falte.
Tudo comecou com o meu controle remoto universal, mas no dia seguinte já recebi a grana de volta. Sim, a grana e nao um “vale-troca-qualquer-coisa-que-eu-nao-preciso-e-nem-queria-comprar-em-primeiro-lugar”.
Depois veio o contrato do aluguel. Esse foi o complicado. Passei uma semana ouvindo que nao seria possivel, que as coisas nao funcionavam assim, mas seguindo a lógica do “ou eu recebo aquilo pelo qual paguei ou entao negócio encerrado” fui argumentar que assinei o contrato para um lugar específico e nada funcionava, entao se o que eu “comprei” está “estragado” eu nao quero outra porcaria em troca, quero cancelar e quero o que me é de direito. Nem precisou argumentar, era tao obvio que os servidores calaram a boca dos agourentos.
Seguindo o baile comprei meu curso de alemao, e esse foi dificil, pesquisei pra la, pesquisei pra ca, catei um que parecia valer o custo beneficio e semana passada fui comecar o que ja queria ter feito desde a primeira semana aqui. Como sabemos nao deu certo. Cancelei o contrato e peguei meu dinheiro de volta.
Depois foi o contrato do tal de SMS´s. Um e-mail e pronto, tudo resolvido (por esse juro que nao esperava).
Até meu chinelo de um euro que arrebentou eu consegui (re)negociar.
Eis que numa dessas minhas últimas idas ao supermercado achei uma caixa de bolachas que pareciam deliciosas (pelo menos segundo o desenho da embalagem, é sempre assim) e por centavinhos também. Nao tive dúvida. Eram bolachas doces (eu imaginei, pelo desenho e por estar escrito na caixa um desses palavroes compostos alemaes contendo a “partícula” acucar).
Esperei uns tres dias pra abrir a caixa, fiquei nutrindo a vontade pra aproveitar melhor depois. E ai os coleguinhas sorriram todos nessa nova aula a respeito de expectativas e frustracoes e etc. A tal caixa era de acucar de confeiteiro, havia bolacha NENHUMA lá dentro e eu eh que nao vou saber nem em um milhao de ano fazer algo com aquilo.
Bom, a caixa de bolachas-acucar eu nao pude devolver, mas os bens duráveis eu já compro pensando em como seria a troca.
E mais uma vez abaixo as expectativas.

terça-feira, 19 de agosto de 2008

“La vamos nois tra vez”

Rebobina: Eu havia desfeito as malas, mas empacotei tudo de novo, refiz a chegada nessa cidade e “redesfiz” (uuuuhhh) as malas. Hoje faz exatamente uma semana que me mudei. Sai do meio do nada e moro perto do centro da cidade e mais perto do meu trabalho. Esquecamos a funcao trem, bonde, metro… agora eh so um bonde mesmo, pratico e tranquilo (nao fossem as 10.853,25 criancas, saidas nao sei de onde apos o periodo de ferias, que entram toda manha e perturbam meu cochilo matinal de bater-cabeca-na-janela – quem ja dormiu no onibus sabe bem como eh).
Para o centro basta uma pernadinha mesmo, talvez uns dez minutos resolvam.
Eu agora moro em um apartamento que divido com um alemao ate o meio de setembro, depois volta um segundo que pelo que entendi esta de ferias. O colega parece meio timido, mas eh gente boa e aos trancos e barrancos tentamos trocar umas ideias nessa tal de Deutschesprache.
Eu ainda me sinto meio gato escaldado, na sexta-feira decidi lavar minha roupa (sim! Tenho maquina de lavar e secar roupa dentro de casa… e agora pasmem: maquina de lavar louca tambem! Tudo muito limpo e organizado, me da ate um pouco de medo). Pedi ao rapaz que me orientasse nos procedimentos (como dona de casa eu sou uma otima amiga), ele so pediu que deixasse a janela do banheiro aberta. Deixei. E sai. E me esqueci. E voltei tarde. E passei parte da noite lembrando do meu descuido. Ao chegar percebi que ela estava fechada.
Pronto. Tive meu primeiro sonho em alemao. O pavor eh tanto de acabar sendo “expulsa” de casa (porque a coisa se resolveu tao melhor do que o esperado – ate agora, melhor nao falar muito) que sonhei que meu vizinho de quarto, doravante denominado Nico, havia me deixado uma mensagem no cellular, que nao entendi completamente, mas o contexto era algo do tipo: muito legal voce estar morando aqui, fico feliz que possamos conversar, mas alguns detalhes precisam ser ajustados, tu nao pode ir deixando a janela do banheiro aberta desse jeito, temos que manter uma certa ordem e bla bla bla. No dia seguinte a duvida: sonho ou verdade?!? Fui correndo pedir desculpas, a resposta veio numa risadinha e um tapinha nas costas: “bem capaz, nao da nada”. (era sonho mesmo… eu acho).

E falando em banheiro, desenvolvi “meio que por acidente” uma tecnica de aproximacao e “familiarizacao” com as colegas. Nao bastasse o estranho a elas que ja faco no banheiro como escover os dentes e gargarejar, a pessoa simplesmente esqueceu de trancar a porta (ja contei isso?). Estou eu sentada, em certa constrangedora posicao, quando entra uma colega (que sempre foi muito simpatica) e abre com vontade a porta do querido toillete. Sorri, como de costume (eu nunca sorri, agradeci, pedi desculpas e licenca tanto quanto nesses ultimos meses, deve ser 80% do meu vocabulario, mas preciso parar com as “desculpas”, talvez aos pouco com o passer do tempo e o passar do medo). Resultado: nunca mais encontrei a moca. Acho que nessa cultura o pessoal eh um pouco mais fechado, a aproximacao nao rolou e minha “tecnica” foi, literalmente, por agua, ou melhor, descarga a baixo.

E falando em tecnica, ainda estudo como abordar o povo aqui, ate agora conclui que eh mais ou menos assim:
1 – se voce precisa de um servico e havera na conversa detalhes importantes ou uma certa argumentacao, nao diga uma palavra em alemao. Basta apresentar uma frase e eles sacaneiam. Presumem que voce fala o idioma, colocam a rotacao na velocidade maxima e disparam tanta informacao quanto necessario para que se fique tonto e faca besteira ou vire gago.
2 – se voce quer agradar alguem simpatico entao se esforce, patine, erre, mas mostre que se interessa em aprender
3 – e se for pra mandar a merda mesmo, engate o portugues a mil e pague na mesma moeda a grosseria (isso nao fiz ainda, mas vontade nao faltou).

Da serie “mifu”:
* Eu e o meu ticket „me-dei-bem-posso-viajar-por-diversas-cidades“ passeamos tanto quanto possivel nesses meses e fomos muito felizes juntos, ate que o tempo nos separou. So que pra variar eu me atrapalhei. Pela primeira vez em alguns anos eu nao trabalho diretamente com prazos e datas, e foi tanta coisa acontecendo ao mesmo tempo que abandonei o calendario. Pois que estava certa de que ainda tinha alguns dias para comprar um novo ticket, em vista de que o meu vencia dia 10 de agosto, terca ou quarta-feira, pensei eu. Ledo engano. No domingo de noite, semi-longe de casa, descubro que era dia 10. Decidi testar meus dotes artisticos, ensaiei, pensei e repensei mil desculpas caso fosse fiscalizada no trem na proxima manha, afinal de contas, chegando aqui na minha cidade no dia 11 eu ja compraria meu novo ticket mensal.
Cinco e meia da manha peguei a primeira conducao e tudo correu muito bem. Na segunda, por volta das seis e meia da manha, apareceu a “simpatica” alema pedindo minha passagem. Tremi um pouco, mas entreguei o que eu tinha. A resposta foi rapida e grossa: nao vale mais. Eu inventei de falar algo em alemao (ver regra numero 1 acima) e ai nao teve mais volta. Me fiz de surpresa, tentei explicar, fiz „zoinho“ pra ela, mas nada adiantou. Ela falou falou falou (nada que fizesse sentido pra mim) pediu meus documentos e eu ja nao entendi mais nada… quando recebi a multa de 40 euros ficou tudo muito claro, mifu! Okay, eu tinha ido no show do The Killers por 19 euricos (show que perdi no Brasil e Argentina por ser muito caro), atras da cathedral de Köln, com direito a fogos de artificio e tudo mais. Ja ta na hora de introjetar que por aqui, mais do que em qualquer outro lugar, realmente o barato…

* Decidi mandar SMS´s pela internet (tava quase sem credito no meu cel chinelo e consumista). Achei um site que mandava para todas as operadores. Logo pensei: olha soh, que modernidade, pelo menos isso funciona e eh facil por aqui. Coloquei meu numero de telephone e imediatamente recebi uma mensagem com uma senha para seguir o processo. Fui logo dando andamento e obviamente nao li a mensagem por inteiro. Segundos depois outra mensagem avisando que meus creditos acabaram de vez. Voltei para a primeira mensagem (a da senha) e vi que eu havia “comprado” o servico desse site a 3,99 euros por semana. Bateu o pavor e comecei a pensar como desfazer o “malfeito”. Mandei e-mail, telefonei e fui teclando numerozinhos de acordo com a minha intuicao e pequeno entendimento alemao. Que meda, tendo a me dar mal nessas. Mas dessa vez deu certo e cancelei o “contrato”. Fiz um e-mail EM INGLES e disse que nao entendia NADA de alemao e nao sabia como isso tinha acontecido e queria meu dinheiro de volta. Deu certo. E viva a regra numero 1!

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Ja nao espero mais, finalmente chegou…

... e eh das boas.

Arremessados a uma era pre-historica, afundados em buraco escuro, sem luz, sem agua quente, sem comida, doente e no final das contas quase sem um lugar para morar, quando a unica coisa que nos ligava a modernidade eram as luzes e os sons ao nosso redor. Assim foi a Alemanha por um tempo e as coisas que eram ruins se tornaram insuportaveis.
Se alguem disser que entende o que eh isso, mentira! Eu nao entenderia se nao tivesse sentido na pele. Eu poderia tentar explicar, mas nao vai dar e nem seria interessante, mas tentem imaginar tudo o que nao se pode ter sem energia eletrica e sem agua e se chegarem a 1/3 do que realmente eh ja terao uma nocao do absurdo.
Agora voltei ao mundo que conheco, mas ja nao o vejo mais da mesma forma.
Muitas vezes ouvi: crises existenciais sao para os que tem muitas opcoes, talvez faca sentido.
Quando eu era crianca meus pais me falavam sobre as dificuldades que haviam passado e eu pensava “o que direi eu aos meus filhos”. Pronto: gurdadas as devidas e significativas proporcoes, se o que eu queria era historia pra contar, entao ja tenho.
Como sempre me disse minha irma: cuidado com o que tu deseja.
Careful what you wish for cuz you just might get it all.
Depois de noites sem dormir, chorando ao telephone, banhos mendigados e outros gelados ou de gato, alguns quilos perdidos, agora esta tudo entrando em orbita e eu escrevo para encerrar minha novela mexicana a la Europa e dizer que estou bem (a quem interessar possa). Passou a tempestade e o que esta vindo parece ser de fato em quantidade e tamanho a compensar.
Os detalhes eu guardo para contar no futuro e ainda quem sabe poder dar risada.

E quem pensou em desistir, fazer as malas, pegar as coisas e ir embora, agora diz: EU FICO!
E segue o baile.

segunda-feira, 28 de julho de 2008

Comentario unico

Escrito na segunda-feira, 28 de julho de 2008.

Nao tenho energia eletrica em casa.

E se instalou o caos

Escrito no domingo, 27 de julho de 2008

Esta difícil de dar jeito na minha garganta. Foi um pote de mel, chas intermináveis, gargarejos de salmora (se as minas me olhavam estranho no banheiro por escovar os dentes, imaginem agora que a pinta fica gargarejando, mas nem to...). Mas eis que coloquei na cebeca que não seria preciso medico e nem mais remédios. A coisa tava quase “boa” (sendo bem otimista) e eu toda animada pro findi. Esperando o trem pra ir para o centro no inicio da tarde de sexta, após o trabalho, ouvindo meu radinho, veio a previsão do tempo: temperaturas altas, variando dos 27 aos 31 graus, sol e Gewitter. No meu intensivo de julho teve um capitulo sobre clima e tal, eu definitivamente deveria ter prestado mais atenção. Lembrei já ter ouvido falar nisso e logo pensei: vai ser tão quente que vai ter serração ou se pa ate seja que nuble por causa do mormaço... Eis no que deu querer entender as coisas no contexto. E pelo caminho mais torto eu fui enriquecer meu vocabulário.

No sábado ensolarado teria eu uma festa de aniversario e despedida em uma cidade vizinha, festa temáticapraiacom direito a piscina etc e tal, mas so no final do dia. entrando no clima coloquei shorts, rasteirinha, blusinha (mas levei um casaquinho) e pro centro fui de novo, me levar para almoçar fora e ver itens a serem consumidos (por pura necessidade). Diversas vezes pensei que tinham errado a Loveparade por uma semana e tava ate achando um pecado isso. Pra acabar com minhas reflexões o vento começou a mudar, as nuvens começaram a escurecer, o sol desapareceu, trovoadas e relâmpagos por todo o céu. Correndo fui pegar o trem pra voltar pra casa. Quando saímos do “subterrâneopara as ruas da cidade eu vi a Gewitter: tempestade com direito a granizo e tudo. “Aerolitos” de gelo caiam e por vezes o trem teve que parar e as luzes apagavam, voltavam, piscavam e eu então decidi não descer na minha estação. Durante um tempo dei banda de trem pra la e pra ca, ate que achei que não tava diminuindo e correndo fui pegar o ônibus. De pés descalços correndo pela rua cheguei ate o busao onde mais um casal tentava entrar. O motorista, com toda sua delicadeza, humanidade e boa vontade simplesmente não abriu a porta, e na chuva ficamos.

Apareceu um segundo ônibus, esse maisgentenos abrigou. Por duas horas e tanto fiquei dentro do ônibus que não andava. Dormi, acordei, dormi, acordei... pelas tantas houve uma movimentação e o casal desceu. Eu tentei conversar com o motorista, mas so pude entender que não tinha como andar, ele me perguntou onde eu estava indo e me aconselhou a encarar na pernada.

Com a chuva mais fraca eu me fui. Logo adiante entendi: um pedaço da ponte tinha caído, o rio transboradava, carros eram levados pela enchente, arvores e placas arrancadas bloqueavam calcadas, crianças choravam, bombeiros e policia por todo lado. E eu pensando na minha garganta, sem mais sentir meus pés que haviam congelado quase que com todo o meu resto... tive que quase nadar, pular obstáculos, escalar arvores e consegui chegar do outro lado (onde estava minha maquina fotografica num hora dessas?). Descobri um suuuuper atalho pra casa, se da pra chamar isso de pelo menos um ponto positivo... Quando cheguei fui tentar ir no supermercado (como planejado) porque comida não tinha mais... piffff, TUDO alagado, super fechado, pessoas ilhadas, mais carros e bicicletas flutuando, bombeiros drenando, sirenes tocando e no meu prédio: TODOS os quartos do primeiro andar foram alagados, as pessoas com água pelas canelas tentavam varrer a água e salvar o que podiam.

Agradeci por morar no ultimo andar (e tantas vezes me irritei com a subida de escada...) e subi correndo pra tomar uma banho quente e trocar de roupa. Hahahahaha não temos água quente, nem Internet, nem televisão, mas pelo menos temos energia.

Pensei em desistir da festa, afinal tinha um mar na frente da porta do prédio e correnteza nas ruas. Mas ra, ate parece. Dei uma tapeada, desisti do biquíni e shorts, coloquei blusão e manta, peguei uma toalha, mochila, meias extras, minhas botas (obrigada Senhor por ter trazido as botas de inverno que pareciam fazer o menor sentido). De pés descalços atravessei o alagamento de novo e hoje devo estar estampada nos jornais da cidade. Deixei cair uma bota na correnteza e sai correndo atrás enquanto um cara, de algum veiculo de mídia, fotografava uma abobada com água nos joelhos, lutando com mochila, bota, guarda-chuva, etc e tal.

Cheguei na festa depois de 10.853,25 horas e tentativas frustradas de transporte (tudo bloqueado, metro alagado): a piscina era térmica. Temperatura da água: 28 graus. E eu sem água quente em casa... ah, eu nem queria mesmo.

Nem preciso dizer que acordei queimando em febre, mas me comovi com as pessoas ainda colocando todas as suas coisas pra secar no sol. Consegui uns remédios e suei toda a minha febre. Comecei a pensar a estratégia do banho. Banho de gato, de balde, de paninho... bom, tem um biriri aqui interessantíssimo pra esquentar água. Pratico que , se presta para chá, chimarrão, salmora e banho! Aqueci a água nessa espécie de chaleira elétrica (uuuuuhhhh).

Tem também um piso estranho no box. Desde que cheguei me pergunto para o que serve, não eh uma banheira (longíssimo disso), mas eh altinho, pequeno e tem certa profundidade. Não tive duvida e achei serventia pra bizarrice. Enchi aquilo de água quente e fria, fiquei com a chaleirinha do lado e ridiculamente tomei o meu banho.

Saindo do banheiro ouvi aquele barulho de água.. chovia novamente. Não ta dando assim, tão de sacanagem...

E o pior, as coisas das pessoas estavam no “sol pra secar”, se fud****. Falei... nãonada que não possa ser ainda pior, ou melhor...

E como eles dizem: depois da tempestade vem a bonança. Pois que se for proporcional essa vai ser das boas, então espero.

quinta-feira, 24 de julho de 2008

Comprei um controle remoto universal

Mas não consegui fazer com que ele funcionasse para o que eu queria. Eu so queria aumentar o volume. Configurei o querido, ele liga, desliga, muda o canal, abre o menu, funciona pra TV, DVD, Home Theater... pelo visto so pra volume mesmo que não vale. Não se pode ter tudo o que quer.. ou a gente so quer o que não tem... vai saber o que vem antes. Me deu muito no que pensar esse controle, grande ironia as coisas as vezes não funcionam apenas nos aspectos mais simples e que são justamente os fundamentais (tem um filminho sobre isso neh, controle remoto e tal, e parece MEGA idiota, mas vale a pena)... alias, tenho pensado muito ultimamente, preciso parar com isso e como diria minha irmã “manter o centro” (não seria encontrá-lo primeiro)? Ou como diria meu irmão: “ser prático e dar a paulada de uma vez só do que ficar sofrendo em prestacoes”). Ta, talvez eu devolva o controle se me derem meu dinheiro de volta, mas não vou quebrar a televisao! Sim! Eu tenho uma televisão, TV a cabo – coisa que nunca tive nem em casa – Internet no meu quarto – FINALMENTE (o que não fará com que eu passe mais tempo conectada, pelo contrario, preciso focar).
Dando seguimento ao assunto do ultimo post... eis que semana passada alternou mesmo e foi a semana da motivação. Decidi não esperar mais (pelas outras opções, pelo suporte financeiro, pela melhora do clima) e fui fazer minhas primeiras aulas de alemão com uma professora particular (mas não encerrei a busca pelo curso). Comecei a falar qualquer coisa com os meus colegas (inclusive os comentários mais absurdos e fora de conexto), depois de quase um mês eu descobri alguns que pegam o trem comigo e não tem como descrever a felicidaaaaaaade de poder proferir umas palavrinhas, obter resposta e ainda entender (mesmo que seja na sexagésima vez que a criatura repete). Cheguei também à conclusão de que pra quem estudou essa língua MEGA SUPER HIPER ULTRA MASTER PLIC PLOC difícil (pra dizer o mínimo) pelo tempo e quantidade que estudei eu ate estou me saindo muito bem e acho que fazendo um bom trabalho porque a fabrica continua funcionando, os sapatos continuam sendo produzidos e as pessoas continuam me enchendo de coisas (cada vez mais e das mais variadas).
Resolvi então que essa semana de motivação não alternaria mais e fui buscar também a integracao. Na quinta-feira a alemoada da Aiesec sugeriu um vôlei de areia (chovia aos cântaros), mas eu fui neh... preciso entrar na onda de topar qqer coisa, carimbei a carteirinha da Funai e simbora... caraaaa! Me dei mega bem!! Era “indoors” num mega ginásio, varias quadras, trilha sonora a la “pe palito” com direito a Tribalistas e tudo uuuuhhhh... na seqüência fomos comer um Dönner (hihiii, colocarei como vulgo xis, mas bom pra caramba, agora importante: não olhar muito para o bolo de carne da onde sai o recheio do biriri) e tomar uma cevinha (de canto).

p.s.: enquanto escrevo ouço (o minimo volume) a minha tv e acaba de dar uma propaganda do Activia (e eu entendi) – aquele iogurtinho que se presta a fazer com a galera suje a louca, sabem? Pra fazer coco mesmo! – e aqui eles também devolvem o dinheiro se não funcionar.... e devolvem em Euros... hummm, alguém já participou disso e sabe como se faz pra pedir grana de volta?

Falando em grana: Lavei roupa ontem novamente. Dessa vez comprei 10 euros em fichas (doeu) e me fui (tava feia a coisa). Coloquei minhas cinco fichas e não conseguia fazer a maquina funcionar... mas não prolongarei neste assunto. Chegou um rapaz de não lembro agora onde e me deu váaaaarias dicas (alem de ligar a maquina pra mim – era so fechar a portinha, sem comentários). Com três fichas, se a roupa não estiver muito suja, da pra fazer duas lavagens curtas de 30 minutos, mas tem que ficar controlando o tempo, não pode largar a roupa la e esquecer, mas ta valendo.... só pra comprovar que nos pão duros que trabalhamos unidos lavamos mais roupas e por muuuuito menos unidos.. e viva a economia!

Buenas, faz tempão que não escrevo e to cheia de coisas que eu queria falar, mas ta ai outra coisa que preciso aprender a dosar com meus estudos. De toda forma não posso deixar de falar do findi. Pra quem não sabe ou não se deu conta, no sábado, dia 19, completei um mês de Alemanha. Não podia deixar “passar em branco”, então humildemente fui comemorar na Loveparade, a maior festa de musica eletrônica do mundo, que “por acaso” aconteceu esse ano aqui na “minha cidade”. Admito que muito antes de vir pra cá eu já tinha vontade de ir nessa festa, então rolou o preparo, tudo nos conformes, medida certa e lá me fui.
Quem me conhece um pouco ao menos sabe que sou ansiosa e tenho baixíssima tolerância à frustração e deve ter sido os meus exercícios com a minha chuchu morango “sem expectativas, sem expectativas – repetidos 10.853,25 vezes entre POA e Cidreira enquanto tentávamos nos convencer de que elas só existiam para serem frustradas – mas funcionou uma beleza que só.
Quem me conhece sabe ainda que sou relativista, inclusive muitas convesras – e não chamarei de discussões – tive eu com deterministas que tentaram me provar por A+B e com fundamentações teóricas de grandes pensadores como eu estava errada. Relativista eu, não acredito em verdades absolutas. Então pode ser que sim, pode ser que não. Tudo isso é pra dizer que a festa foi um espetáculo!! Eu me diverti pra caramba, não poderia ter comemorado melhor, ou sim. Acho que não existe algo que não pudesse ser ainda melhor ou ainda pior do que de fato é. Então, antes que a crítica aqui comece as suas observações, eu estava lá, teve um mega show de luzes e fogos no final (tudo devidamente registrado), tocaram músicas que eu adoro e a humilde festinha que era pra durar das duas da tarde à meia noite, me conduziu pra casa às seis ou sete da manha. Todos os amigos foram muito lembrados, experimentei por diversas vezes uma saudade “boa” , não triste, apenas imensa vontade de ter varias pessoas comigo para poderem ver o que eu estava vendo e sentir o que eu estava sentindo... e isso soh da mais animo pro reencontro hehehe
Mas.... claro, sempre tem o mas... nem tudo são flores. Um milhão e seiscentas mil pessoas numa avenida de uma cidade de 500 mil habitantes, o tempo não colaborando (desde que eu cheguei foi a única semana que choveu TODOS os dias e depois de alternar sol e chuva, calor e frio, virou inverno os dias TODOS, literalmente.). Experimentei essa amostra do inverno alemão e garanto: não gostei. Apesar da motivação, tentativa de “enturmar” e o diabo a quatro, foi incrivelmente perceptível o mau humor e ate nostalgia ou tristeza mesmo dria eu que brotaram do meu ser ate ontem.
Olha o foco: Loveparade. Pois eh, o tempo sacaneou (tomei um banho de chuva desgraçado e frio frio frio, não firmo L), na segunda-feira acabei ficando depois com uma baita dor de garganta que so agora começa a melhorar. Eu diria que a organização do evento deixou MUITO a desejar, a alemoada não eh forte nas quebradas – como pode uma festa de eletrônica com puta estrutura estar marcada pra terminar à meia-noite... e pior: de fato terminar à meia noite?!?
E mais do que tudo: ETA GENTE BEM NERVOSA!!!! Era um empurra empurra, falta de banheiro (nem comentarei o que foi preciso fazer.. como diria o ditado “uma mulher tem que fazer o que uma mulher tem que fazer” – ta, não eh bem assim, mas quem entendeu entendeu).
E eu vi muito mais gente, que deve ser muito mais calma do que eu, perder as estribeiras. Definitivamente o espírito germânico não da trégua nem “na vibe universo paralelo”.
Pra isso tudo tirei do bolso o sentido completo de “fazer festa” e fiz a minha festa, dancei, apreciei a infra, conheci um pessoal mega massa, muito bem acompanhada passei, dei pernada pra variar. A coisa foi tão massa que acabei no domingo as oito da noite catando uma reba de musica eletrônica e pessoas dançantes pra fecharem o findi comigo. Encerro dizendo que tudo que encontrei foi beeeemmmm legal, abaixo de chuva ou não. E viva aos exercícios de manter baixas as expectativas (ou então eh muita coisa se passando mesmo que nem deu tempo de ficar antecipando... vai saber...).

Depois de tanta felicidaaaaaade, voltar ao trabalho na segunda (ainda por cima doente), com o inverno do caramba, correndo pra pegar bus e trem e isso e aquilo e se atrapalhando a torto e a direito, as coisas começaram a decair um tanto. Começou a desmotivar e ontem eu decidi conhecer pessoas (a integração ainda non ta do meu agrado). Comecei a ficar nervosa, algumas coisas parecem por vezes não fluir muito bem, mas quando se entende que o esforço vai ate certo ponto, depois a gente so tem é relaxar e esperar que o que tiver que vir virá, as coisas mudam de figura:“Tudo é uma questão de manterA mente quietaA espinha ereta
E o coração tranqüilo”
Eu acrecentaria a “cabeça aberta”.
E eu que já tava querendo surtar de novo levei mais um cala boca (e dos grandes). Começou com a minha lavagem de roupa. Consegui a ajuda do cara la, já peguei varias dicas de onde ir, com quem falar, o que fazer etc e tal.
Coloquei ordem na casa (fazendo valer o “de fora pra dentro” agora) e isso me acalmou. Desci buscar as roupas e quando to entrando no quarto chega o meu “vizinho ao lado”. Alias, tinha tanta gente pelos corredores ontem, como nunca teve em todo o tempo que estou aqui.
Ele me perguntou se eu era espanhola e eu disse que era brasileira e bla bla bla. Ficamos conversando e descobri que o cara era Marroquino e estudava aqui. Já tava quase crente de que tinha um amigo quando ele me disse que tava indo embora “amanha de manha” (ou seja, hoje). Mas... ia rolar um biriri num bar aqui perto e os amigos todos iam e me convidou. Juro que pensei (pela integração, tudo unicamente pela integração) mas eu tava mal (garganta), podre de sono (dormi na frente do computador no trabalho e passei o dia inteiro sendo sacaneada pelo “coordenador” – ate pro chão de fabrica fui) então não ia rolar. Eis que mais alem o tal bate aqui e disse que realmente não ia mais rolar, que ele não tinha conseguido acabar de arrumar as coisas e tal... blz, fui dormir. Três e meia da manha a campainha toca incessantemente. Depois de uns cinco toques achei que iam desistir, mas não. Toda estrupiada fui abrir a porta. Perguntei umas quantas vezes quem era, mas nem ele e nem eu estávamos no mesmo mundo e quanto menos falávamos a mesma língua. Acabei abrindo a porta (depois de imaginar umas tantas situações e quase nenhuma pessoa possível de estar batendo) eu bêbada de sono, ele duro do trago: era uma amigo do vizinho achando que meu quarto era o do marroquino... quem mandou querer integrar?!?!
Eis que, agregado a isso, rolaram mais um contatos e nem vem ao caso entrar em detalhes, mas agora eu paro com as 10.853,25 coisas para ir la encontrar a minha amiga nova (que nunca vi) e tomar uma pequena cerveja ;) Eu chego la.

quarta-feira, 16 de julho de 2008

Por que?

Faz algum tempo que venho lembrando das mununas (com saudade, eh claro), das nossas viagens pra praia, pro mexico (onde lembrar nao foi o forte) etc e tal. E tudo isso ligado as nossas infinitas listas de "por ques" que muitas risadas rendiam.
Pra quem nao sabe, a lista de por ques consiste em uma lista de perguntas sarcasticas sobre as coisas mais bizarras que acontecem e-ou as pessoas fazem nas viagens como, por exemplo:
*por que comprar papel toalha quando se tem papel higienico?
*por que fechar o porta-malas tradicionalmente se pode fechar nos peitos?
*por que ficar rosa no rosa?
*por que tentar ir pro uruguai e acabar no mexico?
*por que causar tanto?
etc e tal, e todas consistem em piadas internas... o que so torna interessante (mas extremamente comico) para quem participou...
pois entao participo-lhes e garanto que pra mim nao foi la tao divertido:
*por que dormir apenas 2 horas e levar 3 pra chegar no trabalho?
*por que pegar tres trens?
*por que nao prestar atencao no que o coleguinha de trabalho explica EM ALEMAO?
*por que tentar tirar um soninho no toalete?
*por que perder o intervalo de almoco?
*por que tentar lavar roupa depois de tudo isso?
*por que querer economizar?
*por que usar a maquina quando se tem a pia?
*por que varal quando se tem janela, cadeira, macaneta, portas e box no banheiro?
*por que manter o chao do quarto "sem vida" quando se pode encher de agua e papel higienico?
*por que usar meias em pares ordenados?

aos fatos: apos uma semana desmotivada, tive que ir um pouco mais longe do que köln para desopilar. Um final de semana literalmente viajante (notas posteriores), extremamente divertido, mas bastante puxado... era a proposta. Alias, mais uma pra lista:
*por que seguir alguem que consegue se perder da cidade baixa ate o menino deus? (neh marcelo? brincadeira!).

Bem-vinda a segunda-feira, acordei as cinco da manha e peguei meus trens rumo ao trabalho.
Demorei hooooras pra chegar e muitos poucos cochilos puder dar. O que deu foi medo quando vi minha cara no espelho. Logo cheguei e lembrei que eu comecava justamente naquele dia em um outro setor: o de PLANEJAMENTO DA PRODUCAO... o querido colega se chegou a mim nas primeiras horas da manha e me explicou como fazer umas alteracoes nos numeros do sistema para tirar os calculos de estoque do negativo e deixar tudo pronto para um inventario a ser feito na sexta. Beleza. Fui fazendo, me atrapalhei um pouco, mas nada demais e o dia fluiu entre mil pescadas na frente do computador e admito nao guardo muitas recordacoes.
O que eu nao sabia era que eu teria que fazer O MESMO procedimento TODAS as manhas (pelo menos essa semana)... e agora ja nao sei mais se entendi direito e nem se to fazendo a coisa certa... acho que amanha vou pedir pra ele me "refrescar a memoria".. vou ensaiar pra nao parecer que eu faco a menor ideia do que se passou ate agora.. ops! Que venha o inventario!

Acabado o dia de trabalho eu me toquei pro centro e fui na casa de uma professora de alemao para conversar sobre minhas intencoes de comecar IMEDIATAMENTE meus estudos.
Conversamos, foi interessante e comecei a me animar...
Vim pra casa (quer dizer, fui pra casa, porque sigo sem internet la), comprei sabao em po E amaciante (eu GASTEI em amaciante) e decidi criar vergonha na cara e fazer minha primeira lavagem de roupas nesse lugar onde moro.
Para tanto eu havia comprado cinco fichinhas (que fazem a maquina funcionar). Para a secadora eram mais cinco e sendo €0,50 cada uma descobri que acredito somente em varal.
Separei as roupitchas e nao achei o volume muito grande. Pensei entao: economizarei. Peguei apenas tres fichas e fui. No caminho encontrei outra intercambista, perguntei o que ela achava e ela me disse "no minimo quatro"! ra, tadinha pensei eu, enganaram ela tambem, essa gente fica metendo um monte de fichas e nem deve fazer diferenca. Por via das duvidas deixei algumas pecas de fora e meti soh as que estavam realmente imundas.
Com leve pressa e ansiedade que me sao peculiares (ainda mais com o cansaco), coloquei minhas duas primeiras fichas no lance e pronto. Trancou. Resumo da opera: fiquei mais de UMA hora tentando tirar as fichas. Meu quarto fica no ultimo andar e as lavadouras no porao... so tem escada... subi e desci umas cinco vezes, peguei chave, pinca, lixa de unha, experimente bater, soquear e ate um gritinho confesso que dei. Apos muita briga eu, que sou brasileira e bla bla bla, consegui destrancar!! Coloquei minha terceira e, teoricamente, ultima ficha e funcionou. A maquina ligou, a agua molhou, a roupa girou e eu me fui pro quarto comer alguma coisa, tirar o lixo e todo esse bla bla bla de uma excepcional dona de casa, ou melhor, dona de quarto como eu.
Desci novamente e a maquina estava desligada. Belezitcha!! Masl podia eu esperar pra ver se a roupa ia ficar MEGA cheirosa com meu amaciante novo. Abri a porta da maquina e lavada fui eu, por uma enorme onda que la de dentro saiu, mas que deixou vestigios: no interior da geringonca tinha um rio. Me apavorei. Pensei em rir, chorar, gritar... mas respirei fundo e copmecei a tirar a roupa encharcada e cheia de sabao em po. Reuni minhas forcas e rezei entao para que ninguem chegasse e nao descobrissem que fui eu... me apareceu um rapaz egipcio, num primeiro momento chocado, num segundo perguntando se eu era nova por ali, no terceiro oferecendo ajuda e no quarto dizendo pra eu deixar assim (devo ter feito olhos de "to apavorada"), diria eu que evoluimos bem e acabamos nos entendendo (soh espero que ninguem descubra o numero do meu quarto, vai que queiram arrebatar a caucao que paguei).
p.s.: eu ate ia postar meu endereco, mas como ninguem manda nada mesmo, casa haja interesse encaminho por e-mail, nao to podendo divulgar... hihiii
Subi com minhas roupas encharcadas, algumas ainda semi sujas e manchadas e fui terminar o trabalho na pia do meu mini banheiro. Torci tudo e pendurei pelo quarto.
Quem ja pendurou roupa MUITO molhada deve saber que por mais que se torca a mao, elas pingam infinitamente... alagou meu quarto... ai vi minha caucao se indo pela infiltracao. Enchi o chao de papel higienico, respirei fundo e fui dormir... nao foi facil com o barulho das gotas a noite inteira.
Resultado de tudo isso: vou refletir melhor sobre gastos e investimentos, prestarei mais atencao nos botoes que aperto (porque ate agora tambem nao sei exatamente onde foi que eu errei), perdi duas meias, de pares diferentes.. e eu que ja nao ando la muito bem de meias vou usa-las e desfilarei por aqui cheia de atitude (celo e marta, han han?). Quem quer um par de meias combinando quando se pode alternar entre o azul e o branco?!?!

Mas bato o pe que nao vou me render pro tal do "barato sai...". Talvez soh um pouquinho... hehe

Assim sigo fazendo uma lista de por ques pros alemon que ate agora se perguntam:
*por que escovar os dentes depois do almoco?!?!
Brasileiro tem cada costume... e ate hoje a mulherada entra no banheiro e se choca comigo.... por que?

mas fica pra proxima....

quinta-feira, 10 de julho de 2008

Trabalho

Sim, eu trabalho aqui. Muita gente me perguntou e outro tanto ainda pergunta afinal de contas o que eu faco (alem de me atrapalhar, me perder - por sinal me perdi afu hoje de novo - ta perdendo a graca)... eu tambem me pergunto as vezes. Mas entao que agora, apos pouco mais de uma semana de trabalho eu criei vergonha na cara e fui olhar no dicionario o que significava a palavrinha escrita na placa da porta da sala onde eu me encontro - e de onde posso sair a qualquer momento. Descobri que estou numa especie de "recepcao"... mas se passa de tudo por la. No segundo dia eu fui logo pedindo uma tarefa, nao aguento ficar parada, e entao me passaram.... e me passaram mais.. e mais e mais e mais. Algumas coisas sao bastante operacionais e me fazem sofrer de sono, outras exigem concentracao e atencao, como tabelar dados e fazer levantamento das vendas do segundo trimestre do ano... eh um camalhaco de folhas com siglas e numeros e nomes sem tamanho... ta, nao vou ficar entrando em detalhes, ate porque me explicaram em alemao (e asim tem sido) e eu so espero que eu nao esteja fazendo tudo errado porque alem de ter deletado varios dados do sistema eu faco coisas que tem a ver com o planejamento de producao hihihiiiii, se super lotar o estoque ou faltar sapatos de seguranca no mercado eu saio assobiando e devo voltar mais cedo pro Brasil, saudade, sabe como eh.

Se motivacao alterna semana em relacao ao idioma (e espero que sim), essa foi a da desmotivacao (e nao eh reclamacao, eh constatacao)... ta dificil coordenar comida e sono. Somado a isso eu nao entendo praticamente nada do que os meus colegas falam. No inicio eu ficava esperta esperando a hora de colocar um sorriso na cara, a hora de rir mesmo, a hora de fazer expressao de espanto ou desagrado. Obviamente sempre saindo atrasada porque tinha que me basear na reacao dos outros antes de imitar. (apesar disso, confesso que eu tava ate achando que tava entendo muito e falando tambem). ha ha ha. Bloqueei. Ando me sentindo uma abobada alem do normal, agora simplemente fico parada sorrindo, com cara de ponto de interrogacao... eh dificil animar a falar quando se sabe que vai trancar o ritmo de toda uma uma conversa ou fazer um comentario que nao tem nada a ver, mas que eh o unico possivel englobando o vocabulario basico e unico possuido (agora tudo isso numa pessoa que nem gosta de falar muito e falar rapido). Mas eis que entao decidi que nao podia mais esperar e fui tentar o tal curso. Marquei um horario na escola, sai mais cedo do trabalho e me fui pro centro. Obviamente eu conferi os horarios de transporte e parecia facil: um trem, um onibus e depois uma caminhadinha. Peguei o trem. Desci na estacao errada. Me dei conta. Consegui voltar e embarcar de novo antes que ele partisse. Desci na certa e... ZERO parada de onibus. Caminhei um pouco pra esquerda e nao me pareceu certo. Caminhei entao pra direita e dessa vez funcionou. Peguei o busao, um calor danado (velha historia do inverno de manha que me fez sair de sobretudo e bota e verao na tarde que me fez suar feito louca - comeco a entender certas coisas sobre os aromas alemaes...). Desci e me botei a caminhar. Ai me perdi de vez... o pior eh que descobri depois que eu tinha passado tres vezes pela rua e nao tinha reconhecido. Cheguei na escola com uns dez minutos de atraso. Fechada.
Bom, de curso por hora nada... acho que vou tentar dormir beeeeemmmm mais cedo pra ver se assim me mantenho acordada durante a minha viagem diaria ate o trabalho e mantenho algum animo pra tentar me comunicar com essa gente porque non ta facil.
Mas bem, amanha eh sexta, quem sabe a semana que vem seja novamente a da motivacao e eu consiga finalmente ter aulas.
Veremos.

terça-feira, 8 de julho de 2008

ahhhhhhhh, e os cabos chegaram!!! ainda preciso refletir sobre o correio alemao.
em breve, espero, terei internet em casa! que felicidaaaaade, firmo!

mas e que veio o final de semana...

... e eu de fato fui pra Köln. Levei menos tempo pra chegar por la do que pra voltar do meu trabalho pra casa (nos primeiros dias). Preciso dizer, antes de mais nada para todos que acham que eu soh reclamo, que agora ja consigo chegar em casa em mais ou menos uma hora (o tempo estimado "normalmente" desde o inicio). Nao adianta querer lutar contra o Deutsch planejamento. Eu confesso agora que tentei rotas que me foram indicadas, nao verifiquei os horarios das conexoes no site e tentei sempre pegar o menor numero possivel de conducoes... deu no que deu. A dica eh: o lance sao os horarios e conexoes sincronizados (que funcionam com uma pontualidade de chorar - nem vou falar muito, mas pra CHEGAR no trabalho eu nao me atrasei ainda!!! se bem que com a barbada que me deram...). Se nao aprendi a ser pontual ate hoje por mim mesma, aprenderei pelo sistema de transporte germanico. Entao que eu preciso pegar um trem, um metro e um onibus e dar uma ultima caminhadinha... eu havia tentado pegar so um trem e direto o onibus: nao deu! tentei um trem e mais outro trem: nao deu! tentei um trem e um metro: nao deu! entao eh isso ai: trem, metro e busao.. e ai da!
Voltando a Köln... se a proposta era desopilar, eu me fiz! Baita dia, baita sol e baita cidade...
Desci na estacao e ja dei de cara com uma catedral (nao sei se posso chamar assim) que era de chorar abaixada no cantinho, tamanho monumento.
Fiz umas fotitas horriveis e uma tentiva de filme mais tosca ainda e me fui dar banda pela cidade. Percebi que estava MEGA lotada e presumi que sendo um "centro turistico"... ao longo do dia percebi mais ainda, me chamou a atencao uma grande quantidade de casais gays... imaginei que deveria nao ser centro apenas de turismo... caminhei caminhei caminhei e me cansei pra caramba.. tava quase indo embora quando entrei numa rua e dei de cara com um SUPER evento: vou traduzir como a parada gay, mas multipliquem por vaaaarios dias, semanas ate... muitas programacoes, shows, banquinhas (nem preciso falar que do brasil - tocando uns espanhois barbaros de tao tipicos uuuuuh - havia inumeras). Me dei muuuito bem. O pessoal super animado, distribuicao de vaaarios brindes (to com uma revista sobre e para meninas que vou levar o resto da vida pra conseguir ler eu acho) e eu no meio, vendo show desde bandinha pop ate os tradicionais "conchuntinhos" alemaes. Voltando aos brindes, chinela que eh chinela (e beeem brasileira mesmo) vai se botar a querer ganhar porcaria. Achei entao um stand interessantisimo que distribuia camisinhas e PIRULITOS!! Dei uma "bisoiada" e fui pegar um, dois quem sabe (pra guardar pra mais tarde neh). Eis que chega um alemon e se atraca, literalmente, enche a mao de pirulitos. Mazzzzah, pensei eu, e a gente achando que esses europeus sao muito dos educados e regrdaos... tosco por tosco tem em qualquer lugar. Nao tive duvida e imitei o cara, atolei a mao e meti o meu punhado bolsa... fui saindo e pensei "ah, vou voltar pegar mais um pra comer agora (a olho grande). Voltei. La estava o alemon trabalhando, com a mao cheia, distribuindo pirulitos: um por um. Me olhou de cara torta.

Nao me encolhi por pouco e segui meu passeio que agora tinha tomado uma proporcao ate entao nao imaginada de diversao (lembro eu estava quase indo embora da cidade...). Mas o tempo passou e eu precisava mesmo comecar a pensar em ir... fui entao num mercado devolver minha garrafinha de sprite que eu tinha comprado no "almoco" (ganho €0,15 por isso - ta valendo a profissao neh). Mas eis que segue aquela gentarada, mal dava pra andar e comeco a ouvir uma musica muito animada... visualizem: um tablado no meio da praca, um palco, varias pessoas na volta, algumas ja dancando, musica eletronica... jesuuuus, eu achei uma rave! Dei uma parada tambem, me meti no meio do pessoal (a essas alturas ja portando minha revista, cheia de adesivos e lutando pela causa - algo como "zero tolerancia, para zero tolerancia.. ui, ta, esse foi ruim... mas a causa eh boa!). Ohei um tanto e tive que ceder... liguei o foda-se, subi no tablado, coloquei a bolsa no chao e me botei a dancar... a energia era algo incrivel, pra variar... e muito emocionada fiquei.
Ate entao tudo nos conformes... ate que olho no meu relogio e vejo que esqueci que tinha que pegar o trem... faltavam uns minutinhos. Considerei pegar o proximo, mas ia ficar tarde... sai correndo pela cidade, perguntando pra que lado ficava a estacao (e "correndo" no meio daquela multidao eh algo muito relativo). Cheguei poucos minutos atrasada.... e para minha felicidade (e desdizendo aquilo tudo que eu lhe disse antes - como ja diria ele), o trem atrasou!!! A-TRA-SOU!!!! Se ele pode, eu tambem posso.
Buenas, peguei o trem lotaaaaaado, o dia inteiro pessoas se dirigiam para Bonn para um festival de rock. Desde a hora que sai (de manha) elas ja chegavam com engradados e mais engradados de ceva. Obvio que eu ia ter que ir nesse tal biriri.
Entao que fui, fiz amigos, me perdi, tomei banho de chuva, dei (mais uma vez) a pernada da vida, me atraquei num balde de pimenta... mas entre mortos e feridos eu me salvei.. um tanto acabadeta, confesso... e esse foi meu humilde final de semana, agora vou pra casa dormir e tentar por o sono em dia pq os proximos tambem prometem!! ah, e porque amanha tenho um longo dia de trabalho pela frente hihiiiiii

quinta-feira, 3 de julho de 2008

algumas vezes se ganha e outras se perde

e hoje me perdi DE NOVO!! Mas dessa vez levei apenas duas horas e vinte pra chegar em casa, abaixo de mau tempo literalmente, baita chuvarada e eu usando rasteirinha... quem mandou emocionarem a crianca com um ambiente de trabalho "descontraido e informal".
Peguei o primeiro trem, desci onde me indicaram, peguei o segundo trem e fui em direcao a estacao central... de la o trem seguiria para meu destino final. Ledo engano. Esperei, esperei, esperei.. e o trem parado na estacao. Quase todo mundo tinha descido nesta central, mas eu nem estranhei muito. Apos vaaaarios minutos o trem comeca a voltar na direcao de onde viemos. Tive que refazer boa parte do caminho. Consegui um guarda-chuva, porque o meu eu nao tinha levado e fui pegar o bus. Nao preciso dizer que feito um pinto molhado acabo de chegar em casa mau humorada que soh. (ah, me neguei a ir pro escritorio da aiesec e muito cara de pau vim usar a internet do Camaroes - espero que ele nao leia isso).
Somando, fiquei sabendo hoje que de fato eh provavel que terei que pagar impostos, lembrei que tenho que pagar o seguro saude e talvez ainda seja descontado mais uma porcentagem do meu salario que o governo leva tambem pra lance de saude. O banco onde abri conta tambem desconta alguns centavos por mes do seguro obrigatorio... Se eu nao voltar curada de toda e qualquer patologia possivel e imaginavel, apos gastar tanta grana, eu juro que.... ih, faltou imaginacao.
Alem disso, comecei a trabalhar de verdade, me acharam. To com uma pilha de papeis na mesa de tamanho nunca antes visto. (que sejam engolidos todos e quaisquer sorrisos e risadinhas). mas... ganhei uns minutos a mais de sono, decidiram que meu expediente comeca as oito e meia, e recebi o reembolso da minha passagem.

Ontem a noite Camaroes me deu mais um celular. Aparentemente ele ligando pra esse sai mais barato porque eh de outra operadora, entao sigo sem computador, sem camera, mas tenho DOIS celulares.. uhhh, que sorte a minha, era tudo o que eu queria.

No fim das contas hoje nao foi facil, mas amanha eh sexta e depois de tanto stress devo pegar um trem no sabado e ir pra Köln desopilar um pouco.

quarta-feira, 2 de julho de 2008

E segue o baile

Pronta eu para meu primeiro dia de trabalho. Ansiosa acordei duas horas antes (pra nao ter perigo de me atrasar) e nove e tanto vieram me buscar. Ai, continuo sofrendo.
Cheguei na empresa, ja tinha sido apresentada a todos e fui entao levada para ver a area da fabrica, setores, etc e tal. Vimos um "filminho" e o filho do meu chefe nos leva para uma sala de "eventos" ("nos" leva digo porque tinha um outro cara junto, que faco a menor ideia de quem era, soh sei que falava alemao a mil, sem conseguir me olhar nos olhos, enquanto eu concordava e sorria - pra que sorrir pra alguem que nao olha no rosto eu me pergunto) onde estava arrumada uma mesa com muitos tipos de bebidas e ele comeca a colocar sanduiches dos mais variados, cucas, bolos, etc e tal. Eu, que muito singela, tinha preparado um sanduiche de marmita e iogurte, humilhadeta, agradeci e me botei a comer. Acredito que seja a tao conhecida "hospitalidade germanica" para com os visitantes (bem conhecemos em Forqueta, Lajeado, Arroio do Meio etc e tal). Entao entendi que o tal cara deveria ser um cliente ou amigo ou sei la eu o que a quem a fabrica tambem estava sendo "apresentada". Aproveitei e fui na onda porque nao sou boba nem nada. Mais uma vez tirei a barriga da miseria.
Depois disso descobri que iam pagar a minha tal passagem que comprei por €48, bem como todas as que eu comprar nos proximos meses para me locomover aqui em Dortmund. E viva o vale-transporte! Frutas tem a vontade, me disseram. Verdade, ja fui na pera. Agua tambem, cada um que passa vai logo pegando seu litrinho e meio (deve ser a ressaca diaria da galera). Cafe nem se fala, maquininha da nescafe eh bobagem.
As pessoas mega felizes trabalhavam, vestimentas das mais variadas (tinha mina ate de mini-saia, depois nos brasileiras que levamos fama), sorriso pra ca, sorriso para la... e eu soh pensando mais uma vez: me dei bem... apesnas de uma pergunta nao queria calar.
Eu que sou um tanto cetica tive que admitir que o cara sabe o que ta fazendo... menos quando diz respeito a mim.
Logo descobri que o chefao, dono da empresa, sai de ferias amanha. Meu outro "chefe" ficara fora da Alemanha nas proximas duas semanas. Sabe o que o dono me disse: "To saindo de ferias, na volta teremos mais tempo." Cara de ponto de interrogacao novamente eu.
Bom, passei o dia pensando em um projeto, acompanhando uma menina que me explicou um pouco o trabalho dela e me esclareceu os horarios de trabalho:
Seg-quinta: 07h45 ate 8h45, pausa, 09h ate 12h, pausa, 12h30 ate 16h40
sexta-feira: igual, mas termina as 14h50.

No final do expediente ainda recebi um celular. Ta bem, acho que o saldo foi positivo, nao?!
Agora a pergunta que nao quer calar: Afinal, qual eh o meu trabalho?

A volta para casa. Queriam me trazer. Dessa vez foram longe demais (alias me disseram pra chegar mais tarde amanha, ja que irei pela primeira vez de trem e pode ser complicadinho). Nao aceitei, peguei meu celular com radinho, entrei no trem e fui. Fui. Fui. Fui. Desci nao sei onde, mas minha intuicao dizia que eu tava certa. Achei por bem desligar o radinho... Perdida novamente me encontrava. Inventei de perguntar (em Alemao obviamente) como chegar na Universidade. Depois da comunicacao um pouco embaralhada consegui me achar. O que nao achei foi o onibus que tinha que pegar. Esperei. Esperei. Esperei. Nada.
Voltei pra estacao de trem. Sabia que tinha opcao de pegar outro que deveria me largar mais perto de casa. Esperei. Esperei. Esperei. Nao veio trem.
Uma menina veio me pedir informacoes. Aff, essa eu nao podia perder! Eu, dando informacoes sobre Dortmund, em alemao, uma semana e meia depois da minha chegada. Botei banca e respondi, toda atravessada, mas respondi. Ela agradeceu e foi pra outro lado.
Continuei esperando. Nada e mais nada. De repente, nao mais que de repente, um anuncio de algumsa coisa importante que deve ter acontecido ou deveria estar acontecendo. Obvio que nao entendi. Fui perguntar pra menina. Devem chamar isso de Karma.
Ela tambem nao tinha entendido. Ufa. Ja tava achando que meu alemon tinha falhado. Imagine soh.
Nos botamos a conversar. "nos" eh modo de falar. A velocidade que ela lancava aquele monte de palavras era assustadora, agora comeco a entender algumas coisas, mas eu fui absorvendo o que podia e respondendo quando dava uma pausa. Para minha surpresa nao devo ter errado nenhuma resposta, tipo, quando eles perguntam "mas o que voce esta fazendo aqui?" e voce responde: "sim" ou "nao". Acho que aprendi a distinguir essas. Aprendi tambem que alemao eh um povo muito motivador quando se trata de querer fazer com que voce acredite que ja sabe falar a lingua deles (ou realmente acreditam nisso, ou soh sacaneiam mesmo, porque continuam falando ligeirinho).
Desistimos do trem e fomos pegar o onibus. O onibus pelo qual eu tinha esperado mais de meia hora antes de voltar pro trem. Finalmente apareceu. Ja fui logo dizendo pra minha "amiga": pega ai o numero de meu celular (te mete hehe) e vamos combinar alguma coisa qualquer dia desses. Ela me deu o dela tambem, entao acho que nao assutei.
Resultado: muita comida, certas duvidas, uma leve apreensao, um reembolso, tardes de sexta ganhas, um celular, conversacoes em alemao, uma amiga nova (vamos ver se eh dessas que fica no "um dia...") e...
TRES HORAS PRA CHEGAR EM CASA DO TRABALHO! Espero achar o caminho amanha.

terça-feira, 1 de julho de 2008

Pra quem tem boca grande e sai contando vantagem

Bem feito.

Depois de tanta felicidade, contabilidade, calculos e mais calculos, conclusoes de economia, eis que hoje tomo o tufo. (ainda nao considero o computador e maquina como tufos, pois apesar de estarem um tanto "inutilizados" tenho esperanca de que os cabos ate mim virao ou vice-versa).

Voltando a hoje: eta dia bem a toa.
Apos a crise-procura de novo apartamento, quarto, qualquer coisa, um lugar pra morar um tanto mais central e mais perto do trabalho, sem muito sucesso, decidi parar de lutar contra e me estabelecer neste quarto que tenho no campus da universidade. Aprendi a pegar os principais trens e onibus (ainda tenho muito a me perder por aqui, mas o resto da diversao fica pra depois) e venho em uma super campanha de conscientizacao sobre precisar sair de casa uma hora mais cedo para chegar no trabalho e abolir os atrasos. Vamos encarar os fatos: se eu sair ilesa dessa ja valeu a minha vinda. Por sinal, ontem levei meu primeiro "xixi-discurso" Europeu por causa de um atraso... ai ai ai, que gente mais sem paciencia.
Desfiz finalmente as malas e comecei a pensar que preciso de itens de limpeza urgentemente, panelas e talheres eu ja consegui que me arranjassem. Doi ter que fazer esse tipo de aquisicao.
okay.. ja ia eu perdendo o foco de novo. Entao que ontem, segunda-feira, nos encaminhamos para assinar o contrato do aluguel e fazer pagamento de caucao, etc e tal. Escritorio fechado. Eles nao acreditam em trabalho nas segundas-feiras.
Comentei tambem que eu tinha ouvido falar que eu precisava me registrar ou renovar visto ou algo do tipo quando chegasse aqui (detalhe: eu ja havia falado inumeras vezes sobre isso para Maxwell, doravante denominado Camaroes, na semana passada). A mocinha da Aiesec muito chocada ficou que Camaroes (pra quem nao sabe meu "trainee-friend", responsavel por me orientar, a quem nao deve ter sido entregue o chip de responsabilidade e organizacao correto, mas isso eh outra historia, soh posso dizer que a pessoa nunca tem tempo (para as burocracias) e quando tem eh pra querer saber onde fui, o que fiz e com quem falei... alguem explica pro moco que pai eu ja tenho e ainda assim relatorios estao fora de questao. Melhor eu cuidar para nao morder a lingua agora, ou melhor, nao chupar o dedo.
Fica tudo para amanha de manha (no caso hoje - terca-feira, 1 de julho, MEU SUPOSTO PRIMEIRO DIA DE TRABALHO). Ligo para meu chefe, explico a situacao e ele logo vai dizendo que tudo bem, kein Problem, kein Problem, quando eu me liberar eh para ligar que ele manda alguem vir me buscar. Detalhe: obviamente eu falei que pegaria o trem e bus ate la, mas ele disse que era meu primeiro dia e me buscariam... ouvi dizer que isso nao eh muito comum por aqui (e meu post que se destinava a tufos e reclamacoes conta mais uma vantagem... eu adoro isso aqui!).
Beleza. Tudo certo. Ou nem tanto. Acordei cedito, fui para o centro encontrar o cara que ia comigo no tal biriri (que ate agora nao entendi o nome e muito menos no que consiste) e la nos fomos. Eis que no tal biriri a mulher (mau humorada que so, minha primeira experiencia nivel "raiva dessa gente que se acha superior") ja implicou com a minha foto biometrica (foto ui ui ui que precisei fazer para o visto - que foi aceita no consulado no Brasil - e que trouxe justamente para esse tal registro). Primeiro ela disse que um lado do rosto estava um pouco mais escuro do que o outro. Mostrei que a "modelo" do papel que ela tinha ali para avaliar (o mesmo inclusive que recebi no consuulado ai) tambem nao tinha a luz exatamente igual. "A cabeca esta muito pequena entao". Ah nao neh, e assim comecei meu dia.
O querido que foi comigo estava mais perdido do que eu, com pressa e sendo vitimado com minha "leve" brabeza que me eh peculiar, nao consigo esconder e desconto no primeiro, me falou algo sobre eu ter que pagar impostos, depois me deixou no centro e se foi a levar o outro trainee pro trabalho. A Patricia saiu a procurar um fotografo pra fazer novas fotos biometricas.
Resultado parcial: ameaca de me sacaram mais uns € que tanto venho economizando, nada de registro, negativo de €11,00 gastos em 4 fotos biometricas (alias, va pra p**** que pariu com fotos biometricas), confusao mental e provavel necessidade futura de pedir mais um turno de dispensa.
E ai como fica minha imagem com tao querido chefe (que descobri que ate premio ja ganhou pelo clima organizacional e pa pa pa, mas isso tambem sao outros quinhentos)?!?!
Mas nao para por ai. Chegando quase ao meio dia, de volta na faculdade, vamos entao assinar o contrato da minha nova "casa". (uma peca e meia com banheiro, armario, cama, mesa, geladeira e prateleiras - a cozinha eh a coletiva, essa vai requerer coragem). Para minha surpresa o contrato ja estava "semi-valendo" (nunca vi disso), tive que pagar a caucao e, alem disso, metade do valor integral do aluguel referente a segunda quinzena de junho (sendo que cheguei pelo dia 24), pois assim foi considerada minha estada. Detalhe: fiquei devendo o aluguel do mes de julho, que precisa ser pago adiantado.
Tive que compensar com um ultimo almoco de €1,85 no RU (ultimo porque comecando a trabalhar viverei na base dos sandubas e marmitas). Vim correndo para o escritorio entao para ligar para virem me buscar. Pouco depois me retornam a ligacao: ah, aproveita o dia que ta lindo, vai deitar um pouco no sol, porque ja ta meio tarde e nem daria tempo de trabalhar, tu passaria mais horas no carro do que aqui. Vergonha nivel master.
okay, tive que concordar e disse que amanha cedinho estaria la. Resposta: nao, nos vamos te pegar amanha, afinal eh o teu primeiro dia.
Eu - Nao precisa. Eu pego o trem, eh tranquilo.
Ela (nao sei quem era) - Nao, nao. Te buscamos. Que horas?
Eu - ah, hum, ah (penso: "como assim que horas"?!!?)
Eu - eu nao sei, voces comecam as oito neh?
Ela - sim, mas dai eh muito cedo ... nove horas?
Eu - okay. Nove horas, perfeito. Espero ne frente do suopermercado que tem na frente do meu predio e nao se atrasem! (Ta, forcei).

Vim tentar abrir o pedido para colocarem internet no meu quarto. Eh preciso um tal de MAC - Adresse (se alguem souber onde fica ou como consigo um em um lap top que nao liga, por favor me avise).

Resultado final:
*um tanto de incomodacao
*nenhum registro
*mais um turno de trabalho que precisarei pedir para sair e fazer essa porcaria
*ameaca de impostos
*muita vergonha perante meus afazeres laborais (por sinal inexistentes ate o momento)
*muitos pilas a menos
*zero internet
*nenhum cabo no correio

Ah, fui no banco tambem, espero la ter feito a coisa certa... e ainda comprei itens de limpeza que acho que nao vao fluir (anotacao mental: aprender a ler os rotulos e nao ir apenas pelo preco)... o barato... bla bla bla

segunda-feira, 30 de junho de 2008

Como enriquecer na Alemanha

Se os Estados Unidos eh considerado a terra das "oportunidades" (oportunidades infinitas de comprar e comprar e comprar o que eh necessario e nao - tendo esse ultimo prioridade), eu elegi isso daqui, em termos economicos, como a terra dos balaios. Ja dizia uma vez eu adoro um balaio, me relaxa. E moca muito economica que sou (sou sim!! passei a semana e o findi inteiro com apenas €20 - tirando os €48 do passe de trem, mas isso nao conta! hihiii). Hoje ainda degustei uma belissima refeicao no RU (dessa vez eu fui no frango e me dei bem!), por apenas €1,85 (e consegui almocar sozinha)!!!!

Das minhas compras nas Europia:

1 par de sapatos (de atitude) - €0,90, sim, noventa centavos (ficou um pouco apertado, mas meto algodao e band-aid e saio bem faceira);

1 par de chinelos - €1,00, arrebentou no meio do caminho, tive que voltar pra casa de pe no chao, soh curtindo a troca de energias com a terra (e ainda dizem que nao sou positiva);

1 guarda - chuva - €1,00 - ainda nao estragou, mas tambem ainda nao usei... eh que toda vez que eu abro para de chover;

1 bolsa (agora vou bancar a pati em mim - da puma ui ui ui) - €9 (e isso foi a unica coisa que comprei em uma MEGA promocao que tinha pela cidade... e me defendo dizendo que comprei por necessidade de apresentacao profissional, colou?);

1 blusa - €5,00, ta, essa foi cara e nao consigo encontra-la em lugar nenhum

Inventei entao de comprar tambem um lap top, coisa que ja queria ha horas e me permitiria ficar mais "perto" dos amigos (internet, coisa e tal) e uma maquina fotografica digital que nunca tive. Nao entendo muito dessas tecnologias, configuracoes e apetrechos, mas no final das contas conclui que tinha feito bons negocios e muito satisfeita me vim para Dortmund.
Eis que ca chego, toda equipada. Nada de computador pra mimzinha (ZERO internet - sigo usando a da aiesec). Esqueci o cabo de energia do computador e o cabo para descarregar as fotos da maquina. Detalhe: comprei em Bonn.

Ok, as vezes o barato sai caro.. mas nao me mixarei pra esses cliches-ditos-populares. E sigo relaxada (uuuuh, veja la veja la).

Sobre o enriquecer: cortador de cuticula, esse eh o canal.
Depois de procurar por 10.853,25 dias e em 10.853,25 lugares eu encontrei: €50
nao pude. Mais um pouco e cheguei a €23. No finakl das contas e muitos dias depois consegui por €14, mas ta mais pra facao.

Sobre o tempo

Agora entendi o clima, literalmente:
- acordar: entre 6 e 8 da manha: inverno, frio do caramba, nao sair escancarando a janela
- sair do banho neste mesmo intervalo: ligar o aquecedor
- dar banda na rua: entre 9 e meio dia: colocar um casaquinho (se pa ate uma manta rola) - nao esquecer o guarda-chuva
- almocar: entre uma e tres da tarde: colocar a roupa de verao
- pegar uma cor: entre 4 e 6 mais ou menos: calor dos infernos
- sair pra noite: entre 9 e 11 horas: recolocar o casaquinho...
... friaca na madrugs e comeca tudo de novo.

domingo, 29 de junho de 2008

Mas nem tudo sao rosas...

... por aca.
Parece tudo muito lindo, enfeitado e feliz, mas cada uma que me acontece:

1 - continuo sem lugar certo pra morar e pelo visto, aonde quer que eu caia, vou levar no minimo uma hora pra ir e voltar do trampo todo dia... sobe, desce, sobe, desce, sobe e desce sem parar... (dos trens e buses, bocos).

2 - nao tenho panelas pra cozinhar (alias, quem me conhece sabe que muito longe de ser fresca estou, mas ahhhh, a cozinha desse alojamento eh nivel medo, soh de entrar ja se deve pegar algum tipo de infeccao). Detergente e esponja nem se fala, estou restrita a um mini prato, um copinho, uma faca e um garfo que lavo na pia do banheiro e seco com o papel higienico.. ja falei que papel higienico eh beeem grosso por aqui?! hihiii comeco a entender porque

3 - esquentar agua entao foi missao impossivel... la nao tinha como, entao peguei meu "cup nuddles" (resumia-se nisso minha janta), uma garrafa de agua, o copinho, atravessei o campus e vim para o escritorio da aiesec para ferve-la. No meio do caminho me dei conta de que nao havia pego garfo... ah, azar, ja era dez horas da noite, mas continuava dia... (foda mesmo eh ir dormir num sabado de noite quando as dez horas comeca o "final da tarde"). Fervi a agua, botei no copinho, guardei tudo na sacola e iniciei meu caminho de volta, rezando que ficasse pelo menos morno ate chegar em casa. Quando fui comer, por nao ter misturado essa porcaria, a massinha tava toda dura.. nao teve erro, meti igual... era o que a casa oferecia... anotacao mental 10.853,25: precisarei a prender a cozinhar e a me organizar com qqer cozinha de qqer forma, questao de sobrevivencia. (ah, ja solicitei panelas e um fervedor de agua).

4 - Lavar roupas pra que? Simplesmente esqueceram de me avisar onde ficavam as maquinas e que eu deveria comprar fichas. Detalhe: soh funciona dias de semana... lavo loucas na pia do banheiro e roupas no chuveiro.

5 - Poderia seguir a serie, mas hoje de manha fiz uma que chocou e mim mesma: me preparava pra sair, dar outra banda pela cidade (procurar desesperadamente um cortador de cuticula.. sera que eh muito caro mandar por correio?!?). Pensando em mil coisas, fui me botar apresentavel para o dia germanico: com toda a vontade do mundo, pensando na longa caminhada que daria e no suor que poderia aparecer (afinal de contas amanhece inverno, faz verao de tarde e chove de noite - socorro!), coloquei meu perfume com toda vontade no sovaco.. mas enchi mesmo! desodorante pra que? Que fique la naquele canto escuro. Me calo.

ah nao, soh mais uma, hoje a tarde ainda procuro um quarto novo...