segunda-feira, 28 de julho de 2008

Comentario unico

Escrito na segunda-feira, 28 de julho de 2008.

Nao tenho energia eletrica em casa.

E se instalou o caos

Escrito no domingo, 27 de julho de 2008

Esta difícil de dar jeito na minha garganta. Foi um pote de mel, chas intermináveis, gargarejos de salmora (se as minas me olhavam estranho no banheiro por escovar os dentes, imaginem agora que a pinta fica gargarejando, mas nem to...). Mas eis que coloquei na cebeca que não seria preciso medico e nem mais remédios. A coisa tava quase “boa” (sendo bem otimista) e eu toda animada pro findi. Esperando o trem pra ir para o centro no inicio da tarde de sexta, após o trabalho, ouvindo meu radinho, veio a previsão do tempo: temperaturas altas, variando dos 27 aos 31 graus, sol e Gewitter. No meu intensivo de julho teve um capitulo sobre clima e tal, eu definitivamente deveria ter prestado mais atenção. Lembrei já ter ouvido falar nisso e logo pensei: vai ser tão quente que vai ter serração ou se pa ate seja que nuble por causa do mormaço... Eis no que deu querer entender as coisas no contexto. E pelo caminho mais torto eu fui enriquecer meu vocabulário.

No sábado ensolarado teria eu uma festa de aniversario e despedida em uma cidade vizinha, festa temáticapraiacom direito a piscina etc e tal, mas so no final do dia. entrando no clima coloquei shorts, rasteirinha, blusinha (mas levei um casaquinho) e pro centro fui de novo, me levar para almoçar fora e ver itens a serem consumidos (por pura necessidade). Diversas vezes pensei que tinham errado a Loveparade por uma semana e tava ate achando um pecado isso. Pra acabar com minhas reflexões o vento começou a mudar, as nuvens começaram a escurecer, o sol desapareceu, trovoadas e relâmpagos por todo o céu. Correndo fui pegar o trem pra voltar pra casa. Quando saímos do “subterrâneopara as ruas da cidade eu vi a Gewitter: tempestade com direito a granizo e tudo. “Aerolitos” de gelo caiam e por vezes o trem teve que parar e as luzes apagavam, voltavam, piscavam e eu então decidi não descer na minha estação. Durante um tempo dei banda de trem pra la e pra ca, ate que achei que não tava diminuindo e correndo fui pegar o ônibus. De pés descalços correndo pela rua cheguei ate o busao onde mais um casal tentava entrar. O motorista, com toda sua delicadeza, humanidade e boa vontade simplesmente não abriu a porta, e na chuva ficamos.

Apareceu um segundo ônibus, esse maisgentenos abrigou. Por duas horas e tanto fiquei dentro do ônibus que não andava. Dormi, acordei, dormi, acordei... pelas tantas houve uma movimentação e o casal desceu. Eu tentei conversar com o motorista, mas so pude entender que não tinha como andar, ele me perguntou onde eu estava indo e me aconselhou a encarar na pernada.

Com a chuva mais fraca eu me fui. Logo adiante entendi: um pedaço da ponte tinha caído, o rio transboradava, carros eram levados pela enchente, arvores e placas arrancadas bloqueavam calcadas, crianças choravam, bombeiros e policia por todo lado. E eu pensando na minha garganta, sem mais sentir meus pés que haviam congelado quase que com todo o meu resto... tive que quase nadar, pular obstáculos, escalar arvores e consegui chegar do outro lado (onde estava minha maquina fotografica num hora dessas?). Descobri um suuuuper atalho pra casa, se da pra chamar isso de pelo menos um ponto positivo... Quando cheguei fui tentar ir no supermercado (como planejado) porque comida não tinha mais... piffff, TUDO alagado, super fechado, pessoas ilhadas, mais carros e bicicletas flutuando, bombeiros drenando, sirenes tocando e no meu prédio: TODOS os quartos do primeiro andar foram alagados, as pessoas com água pelas canelas tentavam varrer a água e salvar o que podiam.

Agradeci por morar no ultimo andar (e tantas vezes me irritei com a subida de escada...) e subi correndo pra tomar uma banho quente e trocar de roupa. Hahahahaha não temos água quente, nem Internet, nem televisão, mas pelo menos temos energia.

Pensei em desistir da festa, afinal tinha um mar na frente da porta do prédio e correnteza nas ruas. Mas ra, ate parece. Dei uma tapeada, desisti do biquíni e shorts, coloquei blusão e manta, peguei uma toalha, mochila, meias extras, minhas botas (obrigada Senhor por ter trazido as botas de inverno que pareciam fazer o menor sentido). De pés descalços atravessei o alagamento de novo e hoje devo estar estampada nos jornais da cidade. Deixei cair uma bota na correnteza e sai correndo atrás enquanto um cara, de algum veiculo de mídia, fotografava uma abobada com água nos joelhos, lutando com mochila, bota, guarda-chuva, etc e tal.

Cheguei na festa depois de 10.853,25 horas e tentativas frustradas de transporte (tudo bloqueado, metro alagado): a piscina era térmica. Temperatura da água: 28 graus. E eu sem água quente em casa... ah, eu nem queria mesmo.

Nem preciso dizer que acordei queimando em febre, mas me comovi com as pessoas ainda colocando todas as suas coisas pra secar no sol. Consegui uns remédios e suei toda a minha febre. Comecei a pensar a estratégia do banho. Banho de gato, de balde, de paninho... bom, tem um biriri aqui interessantíssimo pra esquentar água. Pratico que , se presta para chá, chimarrão, salmora e banho! Aqueci a água nessa espécie de chaleira elétrica (uuuuuhhhh).

Tem também um piso estranho no box. Desde que cheguei me pergunto para o que serve, não eh uma banheira (longíssimo disso), mas eh altinho, pequeno e tem certa profundidade. Não tive duvida e achei serventia pra bizarrice. Enchi aquilo de água quente e fria, fiquei com a chaleirinha do lado e ridiculamente tomei o meu banho.

Saindo do banheiro ouvi aquele barulho de água.. chovia novamente. Não ta dando assim, tão de sacanagem...

E o pior, as coisas das pessoas estavam no “sol pra secar”, se fud****. Falei... nãonada que não possa ser ainda pior, ou melhor...

E como eles dizem: depois da tempestade vem a bonança. Pois que se for proporcional essa vai ser das boas, então espero.

quinta-feira, 24 de julho de 2008

Comprei um controle remoto universal

Mas não consegui fazer com que ele funcionasse para o que eu queria. Eu so queria aumentar o volume. Configurei o querido, ele liga, desliga, muda o canal, abre o menu, funciona pra TV, DVD, Home Theater... pelo visto so pra volume mesmo que não vale. Não se pode ter tudo o que quer.. ou a gente so quer o que não tem... vai saber o que vem antes. Me deu muito no que pensar esse controle, grande ironia as coisas as vezes não funcionam apenas nos aspectos mais simples e que são justamente os fundamentais (tem um filminho sobre isso neh, controle remoto e tal, e parece MEGA idiota, mas vale a pena)... alias, tenho pensado muito ultimamente, preciso parar com isso e como diria minha irmã “manter o centro” (não seria encontrá-lo primeiro)? Ou como diria meu irmão: “ser prático e dar a paulada de uma vez só do que ficar sofrendo em prestacoes”). Ta, talvez eu devolva o controle se me derem meu dinheiro de volta, mas não vou quebrar a televisao! Sim! Eu tenho uma televisão, TV a cabo – coisa que nunca tive nem em casa – Internet no meu quarto – FINALMENTE (o que não fará com que eu passe mais tempo conectada, pelo contrario, preciso focar).
Dando seguimento ao assunto do ultimo post... eis que semana passada alternou mesmo e foi a semana da motivação. Decidi não esperar mais (pelas outras opções, pelo suporte financeiro, pela melhora do clima) e fui fazer minhas primeiras aulas de alemão com uma professora particular (mas não encerrei a busca pelo curso). Comecei a falar qualquer coisa com os meus colegas (inclusive os comentários mais absurdos e fora de conexto), depois de quase um mês eu descobri alguns que pegam o trem comigo e não tem como descrever a felicidaaaaaaade de poder proferir umas palavrinhas, obter resposta e ainda entender (mesmo que seja na sexagésima vez que a criatura repete). Cheguei também à conclusão de que pra quem estudou essa língua MEGA SUPER HIPER ULTRA MASTER PLIC PLOC difícil (pra dizer o mínimo) pelo tempo e quantidade que estudei eu ate estou me saindo muito bem e acho que fazendo um bom trabalho porque a fabrica continua funcionando, os sapatos continuam sendo produzidos e as pessoas continuam me enchendo de coisas (cada vez mais e das mais variadas).
Resolvi então que essa semana de motivação não alternaria mais e fui buscar também a integracao. Na quinta-feira a alemoada da Aiesec sugeriu um vôlei de areia (chovia aos cântaros), mas eu fui neh... preciso entrar na onda de topar qqer coisa, carimbei a carteirinha da Funai e simbora... caraaaa! Me dei mega bem!! Era “indoors” num mega ginásio, varias quadras, trilha sonora a la “pe palito” com direito a Tribalistas e tudo uuuuhhhh... na seqüência fomos comer um Dönner (hihiii, colocarei como vulgo xis, mas bom pra caramba, agora importante: não olhar muito para o bolo de carne da onde sai o recheio do biriri) e tomar uma cevinha (de canto).

p.s.: enquanto escrevo ouço (o minimo volume) a minha tv e acaba de dar uma propaganda do Activia (e eu entendi) – aquele iogurtinho que se presta a fazer com a galera suje a louca, sabem? Pra fazer coco mesmo! – e aqui eles também devolvem o dinheiro se não funcionar.... e devolvem em Euros... hummm, alguém já participou disso e sabe como se faz pra pedir grana de volta?

Falando em grana: Lavei roupa ontem novamente. Dessa vez comprei 10 euros em fichas (doeu) e me fui (tava feia a coisa). Coloquei minhas cinco fichas e não conseguia fazer a maquina funcionar... mas não prolongarei neste assunto. Chegou um rapaz de não lembro agora onde e me deu váaaaarias dicas (alem de ligar a maquina pra mim – era so fechar a portinha, sem comentários). Com três fichas, se a roupa não estiver muito suja, da pra fazer duas lavagens curtas de 30 minutos, mas tem que ficar controlando o tempo, não pode largar a roupa la e esquecer, mas ta valendo.... só pra comprovar que nos pão duros que trabalhamos unidos lavamos mais roupas e por muuuuito menos unidos.. e viva a economia!

Buenas, faz tempão que não escrevo e to cheia de coisas que eu queria falar, mas ta ai outra coisa que preciso aprender a dosar com meus estudos. De toda forma não posso deixar de falar do findi. Pra quem não sabe ou não se deu conta, no sábado, dia 19, completei um mês de Alemanha. Não podia deixar “passar em branco”, então humildemente fui comemorar na Loveparade, a maior festa de musica eletrônica do mundo, que “por acaso” aconteceu esse ano aqui na “minha cidade”. Admito que muito antes de vir pra cá eu já tinha vontade de ir nessa festa, então rolou o preparo, tudo nos conformes, medida certa e lá me fui.
Quem me conhece um pouco ao menos sabe que sou ansiosa e tenho baixíssima tolerância à frustração e deve ter sido os meus exercícios com a minha chuchu morango “sem expectativas, sem expectativas – repetidos 10.853,25 vezes entre POA e Cidreira enquanto tentávamos nos convencer de que elas só existiam para serem frustradas – mas funcionou uma beleza que só.
Quem me conhece sabe ainda que sou relativista, inclusive muitas convesras – e não chamarei de discussões – tive eu com deterministas que tentaram me provar por A+B e com fundamentações teóricas de grandes pensadores como eu estava errada. Relativista eu, não acredito em verdades absolutas. Então pode ser que sim, pode ser que não. Tudo isso é pra dizer que a festa foi um espetáculo!! Eu me diverti pra caramba, não poderia ter comemorado melhor, ou sim. Acho que não existe algo que não pudesse ser ainda melhor ou ainda pior do que de fato é. Então, antes que a crítica aqui comece as suas observações, eu estava lá, teve um mega show de luzes e fogos no final (tudo devidamente registrado), tocaram músicas que eu adoro e a humilde festinha que era pra durar das duas da tarde à meia noite, me conduziu pra casa às seis ou sete da manha. Todos os amigos foram muito lembrados, experimentei por diversas vezes uma saudade “boa” , não triste, apenas imensa vontade de ter varias pessoas comigo para poderem ver o que eu estava vendo e sentir o que eu estava sentindo... e isso soh da mais animo pro reencontro hehehe
Mas.... claro, sempre tem o mas... nem tudo são flores. Um milhão e seiscentas mil pessoas numa avenida de uma cidade de 500 mil habitantes, o tempo não colaborando (desde que eu cheguei foi a única semana que choveu TODOS os dias e depois de alternar sol e chuva, calor e frio, virou inverno os dias TODOS, literalmente.). Experimentei essa amostra do inverno alemão e garanto: não gostei. Apesar da motivação, tentativa de “enturmar” e o diabo a quatro, foi incrivelmente perceptível o mau humor e ate nostalgia ou tristeza mesmo dria eu que brotaram do meu ser ate ontem.
Olha o foco: Loveparade. Pois eh, o tempo sacaneou (tomei um banho de chuva desgraçado e frio frio frio, não firmo L), na segunda-feira acabei ficando depois com uma baita dor de garganta que so agora começa a melhorar. Eu diria que a organização do evento deixou MUITO a desejar, a alemoada não eh forte nas quebradas – como pode uma festa de eletrônica com puta estrutura estar marcada pra terminar à meia-noite... e pior: de fato terminar à meia noite?!?
E mais do que tudo: ETA GENTE BEM NERVOSA!!!! Era um empurra empurra, falta de banheiro (nem comentarei o que foi preciso fazer.. como diria o ditado “uma mulher tem que fazer o que uma mulher tem que fazer” – ta, não eh bem assim, mas quem entendeu entendeu).
E eu vi muito mais gente, que deve ser muito mais calma do que eu, perder as estribeiras. Definitivamente o espírito germânico não da trégua nem “na vibe universo paralelo”.
Pra isso tudo tirei do bolso o sentido completo de “fazer festa” e fiz a minha festa, dancei, apreciei a infra, conheci um pessoal mega massa, muito bem acompanhada passei, dei pernada pra variar. A coisa foi tão massa que acabei no domingo as oito da noite catando uma reba de musica eletrônica e pessoas dançantes pra fecharem o findi comigo. Encerro dizendo que tudo que encontrei foi beeeemmmm legal, abaixo de chuva ou não. E viva aos exercícios de manter baixas as expectativas (ou então eh muita coisa se passando mesmo que nem deu tempo de ficar antecipando... vai saber...).

Depois de tanta felicidaaaaaade, voltar ao trabalho na segunda (ainda por cima doente), com o inverno do caramba, correndo pra pegar bus e trem e isso e aquilo e se atrapalhando a torto e a direito, as coisas começaram a decair um tanto. Começou a desmotivar e ontem eu decidi conhecer pessoas (a integração ainda non ta do meu agrado). Comecei a ficar nervosa, algumas coisas parecem por vezes não fluir muito bem, mas quando se entende que o esforço vai ate certo ponto, depois a gente so tem é relaxar e esperar que o que tiver que vir virá, as coisas mudam de figura:“Tudo é uma questão de manterA mente quietaA espinha ereta
E o coração tranqüilo”
Eu acrecentaria a “cabeça aberta”.
E eu que já tava querendo surtar de novo levei mais um cala boca (e dos grandes). Começou com a minha lavagem de roupa. Consegui a ajuda do cara la, já peguei varias dicas de onde ir, com quem falar, o que fazer etc e tal.
Coloquei ordem na casa (fazendo valer o “de fora pra dentro” agora) e isso me acalmou. Desci buscar as roupas e quando to entrando no quarto chega o meu “vizinho ao lado”. Alias, tinha tanta gente pelos corredores ontem, como nunca teve em todo o tempo que estou aqui.
Ele me perguntou se eu era espanhola e eu disse que era brasileira e bla bla bla. Ficamos conversando e descobri que o cara era Marroquino e estudava aqui. Já tava quase crente de que tinha um amigo quando ele me disse que tava indo embora “amanha de manha” (ou seja, hoje). Mas... ia rolar um biriri num bar aqui perto e os amigos todos iam e me convidou. Juro que pensei (pela integração, tudo unicamente pela integração) mas eu tava mal (garganta), podre de sono (dormi na frente do computador no trabalho e passei o dia inteiro sendo sacaneada pelo “coordenador” – ate pro chão de fabrica fui) então não ia rolar. Eis que mais alem o tal bate aqui e disse que realmente não ia mais rolar, que ele não tinha conseguido acabar de arrumar as coisas e tal... blz, fui dormir. Três e meia da manha a campainha toca incessantemente. Depois de uns cinco toques achei que iam desistir, mas não. Toda estrupiada fui abrir a porta. Perguntei umas quantas vezes quem era, mas nem ele e nem eu estávamos no mesmo mundo e quanto menos falávamos a mesma língua. Acabei abrindo a porta (depois de imaginar umas tantas situações e quase nenhuma pessoa possível de estar batendo) eu bêbada de sono, ele duro do trago: era uma amigo do vizinho achando que meu quarto era o do marroquino... quem mandou querer integrar?!?!
Eis que, agregado a isso, rolaram mais um contatos e nem vem ao caso entrar em detalhes, mas agora eu paro com as 10.853,25 coisas para ir la encontrar a minha amiga nova (que nunca vi) e tomar uma pequena cerveja ;) Eu chego la.

quarta-feira, 16 de julho de 2008

Por que?

Faz algum tempo que venho lembrando das mununas (com saudade, eh claro), das nossas viagens pra praia, pro mexico (onde lembrar nao foi o forte) etc e tal. E tudo isso ligado as nossas infinitas listas de "por ques" que muitas risadas rendiam.
Pra quem nao sabe, a lista de por ques consiste em uma lista de perguntas sarcasticas sobre as coisas mais bizarras que acontecem e-ou as pessoas fazem nas viagens como, por exemplo:
*por que comprar papel toalha quando se tem papel higienico?
*por que fechar o porta-malas tradicionalmente se pode fechar nos peitos?
*por que ficar rosa no rosa?
*por que tentar ir pro uruguai e acabar no mexico?
*por que causar tanto?
etc e tal, e todas consistem em piadas internas... o que so torna interessante (mas extremamente comico) para quem participou...
pois entao participo-lhes e garanto que pra mim nao foi la tao divertido:
*por que dormir apenas 2 horas e levar 3 pra chegar no trabalho?
*por que pegar tres trens?
*por que nao prestar atencao no que o coleguinha de trabalho explica EM ALEMAO?
*por que tentar tirar um soninho no toalete?
*por que perder o intervalo de almoco?
*por que tentar lavar roupa depois de tudo isso?
*por que querer economizar?
*por que usar a maquina quando se tem a pia?
*por que varal quando se tem janela, cadeira, macaneta, portas e box no banheiro?
*por que manter o chao do quarto "sem vida" quando se pode encher de agua e papel higienico?
*por que usar meias em pares ordenados?

aos fatos: apos uma semana desmotivada, tive que ir um pouco mais longe do que köln para desopilar. Um final de semana literalmente viajante (notas posteriores), extremamente divertido, mas bastante puxado... era a proposta. Alias, mais uma pra lista:
*por que seguir alguem que consegue se perder da cidade baixa ate o menino deus? (neh marcelo? brincadeira!).

Bem-vinda a segunda-feira, acordei as cinco da manha e peguei meus trens rumo ao trabalho.
Demorei hooooras pra chegar e muitos poucos cochilos puder dar. O que deu foi medo quando vi minha cara no espelho. Logo cheguei e lembrei que eu comecava justamente naquele dia em um outro setor: o de PLANEJAMENTO DA PRODUCAO... o querido colega se chegou a mim nas primeiras horas da manha e me explicou como fazer umas alteracoes nos numeros do sistema para tirar os calculos de estoque do negativo e deixar tudo pronto para um inventario a ser feito na sexta. Beleza. Fui fazendo, me atrapalhei um pouco, mas nada demais e o dia fluiu entre mil pescadas na frente do computador e admito nao guardo muitas recordacoes.
O que eu nao sabia era que eu teria que fazer O MESMO procedimento TODAS as manhas (pelo menos essa semana)... e agora ja nao sei mais se entendi direito e nem se to fazendo a coisa certa... acho que amanha vou pedir pra ele me "refrescar a memoria".. vou ensaiar pra nao parecer que eu faco a menor ideia do que se passou ate agora.. ops! Que venha o inventario!

Acabado o dia de trabalho eu me toquei pro centro e fui na casa de uma professora de alemao para conversar sobre minhas intencoes de comecar IMEDIATAMENTE meus estudos.
Conversamos, foi interessante e comecei a me animar...
Vim pra casa (quer dizer, fui pra casa, porque sigo sem internet la), comprei sabao em po E amaciante (eu GASTEI em amaciante) e decidi criar vergonha na cara e fazer minha primeira lavagem de roupas nesse lugar onde moro.
Para tanto eu havia comprado cinco fichinhas (que fazem a maquina funcionar). Para a secadora eram mais cinco e sendo €0,50 cada uma descobri que acredito somente em varal.
Separei as roupitchas e nao achei o volume muito grande. Pensei entao: economizarei. Peguei apenas tres fichas e fui. No caminho encontrei outra intercambista, perguntei o que ela achava e ela me disse "no minimo quatro"! ra, tadinha pensei eu, enganaram ela tambem, essa gente fica metendo um monte de fichas e nem deve fazer diferenca. Por via das duvidas deixei algumas pecas de fora e meti soh as que estavam realmente imundas.
Com leve pressa e ansiedade que me sao peculiares (ainda mais com o cansaco), coloquei minhas duas primeiras fichas no lance e pronto. Trancou. Resumo da opera: fiquei mais de UMA hora tentando tirar as fichas. Meu quarto fica no ultimo andar e as lavadouras no porao... so tem escada... subi e desci umas cinco vezes, peguei chave, pinca, lixa de unha, experimente bater, soquear e ate um gritinho confesso que dei. Apos muita briga eu, que sou brasileira e bla bla bla, consegui destrancar!! Coloquei minha terceira e, teoricamente, ultima ficha e funcionou. A maquina ligou, a agua molhou, a roupa girou e eu me fui pro quarto comer alguma coisa, tirar o lixo e todo esse bla bla bla de uma excepcional dona de casa, ou melhor, dona de quarto como eu.
Desci novamente e a maquina estava desligada. Belezitcha!! Masl podia eu esperar pra ver se a roupa ia ficar MEGA cheirosa com meu amaciante novo. Abri a porta da maquina e lavada fui eu, por uma enorme onda que la de dentro saiu, mas que deixou vestigios: no interior da geringonca tinha um rio. Me apavorei. Pensei em rir, chorar, gritar... mas respirei fundo e copmecei a tirar a roupa encharcada e cheia de sabao em po. Reuni minhas forcas e rezei entao para que ninguem chegasse e nao descobrissem que fui eu... me apareceu um rapaz egipcio, num primeiro momento chocado, num segundo perguntando se eu era nova por ali, no terceiro oferecendo ajuda e no quarto dizendo pra eu deixar assim (devo ter feito olhos de "to apavorada"), diria eu que evoluimos bem e acabamos nos entendendo (soh espero que ninguem descubra o numero do meu quarto, vai que queiram arrebatar a caucao que paguei).
p.s.: eu ate ia postar meu endereco, mas como ninguem manda nada mesmo, casa haja interesse encaminho por e-mail, nao to podendo divulgar... hihiii
Subi com minhas roupas encharcadas, algumas ainda semi sujas e manchadas e fui terminar o trabalho na pia do meu mini banheiro. Torci tudo e pendurei pelo quarto.
Quem ja pendurou roupa MUITO molhada deve saber que por mais que se torca a mao, elas pingam infinitamente... alagou meu quarto... ai vi minha caucao se indo pela infiltracao. Enchi o chao de papel higienico, respirei fundo e fui dormir... nao foi facil com o barulho das gotas a noite inteira.
Resultado de tudo isso: vou refletir melhor sobre gastos e investimentos, prestarei mais atencao nos botoes que aperto (porque ate agora tambem nao sei exatamente onde foi que eu errei), perdi duas meias, de pares diferentes.. e eu que ja nao ando la muito bem de meias vou usa-las e desfilarei por aqui cheia de atitude (celo e marta, han han?). Quem quer um par de meias combinando quando se pode alternar entre o azul e o branco?!?!

Mas bato o pe que nao vou me render pro tal do "barato sai...". Talvez soh um pouquinho... hehe

Assim sigo fazendo uma lista de por ques pros alemon que ate agora se perguntam:
*por que escovar os dentes depois do almoco?!?!
Brasileiro tem cada costume... e ate hoje a mulherada entra no banheiro e se choca comigo.... por que?

mas fica pra proxima....

quinta-feira, 10 de julho de 2008

Trabalho

Sim, eu trabalho aqui. Muita gente me perguntou e outro tanto ainda pergunta afinal de contas o que eu faco (alem de me atrapalhar, me perder - por sinal me perdi afu hoje de novo - ta perdendo a graca)... eu tambem me pergunto as vezes. Mas entao que agora, apos pouco mais de uma semana de trabalho eu criei vergonha na cara e fui olhar no dicionario o que significava a palavrinha escrita na placa da porta da sala onde eu me encontro - e de onde posso sair a qualquer momento. Descobri que estou numa especie de "recepcao"... mas se passa de tudo por la. No segundo dia eu fui logo pedindo uma tarefa, nao aguento ficar parada, e entao me passaram.... e me passaram mais.. e mais e mais e mais. Algumas coisas sao bastante operacionais e me fazem sofrer de sono, outras exigem concentracao e atencao, como tabelar dados e fazer levantamento das vendas do segundo trimestre do ano... eh um camalhaco de folhas com siglas e numeros e nomes sem tamanho... ta, nao vou ficar entrando em detalhes, ate porque me explicaram em alemao (e asim tem sido) e eu so espero que eu nao esteja fazendo tudo errado porque alem de ter deletado varios dados do sistema eu faco coisas que tem a ver com o planejamento de producao hihihiiiii, se super lotar o estoque ou faltar sapatos de seguranca no mercado eu saio assobiando e devo voltar mais cedo pro Brasil, saudade, sabe como eh.

Se motivacao alterna semana em relacao ao idioma (e espero que sim), essa foi a da desmotivacao (e nao eh reclamacao, eh constatacao)... ta dificil coordenar comida e sono. Somado a isso eu nao entendo praticamente nada do que os meus colegas falam. No inicio eu ficava esperta esperando a hora de colocar um sorriso na cara, a hora de rir mesmo, a hora de fazer expressao de espanto ou desagrado. Obviamente sempre saindo atrasada porque tinha que me basear na reacao dos outros antes de imitar. (apesar disso, confesso que eu tava ate achando que tava entendo muito e falando tambem). ha ha ha. Bloqueei. Ando me sentindo uma abobada alem do normal, agora simplemente fico parada sorrindo, com cara de ponto de interrogacao... eh dificil animar a falar quando se sabe que vai trancar o ritmo de toda uma uma conversa ou fazer um comentario que nao tem nada a ver, mas que eh o unico possivel englobando o vocabulario basico e unico possuido (agora tudo isso numa pessoa que nem gosta de falar muito e falar rapido). Mas eis que entao decidi que nao podia mais esperar e fui tentar o tal curso. Marquei um horario na escola, sai mais cedo do trabalho e me fui pro centro. Obviamente eu conferi os horarios de transporte e parecia facil: um trem, um onibus e depois uma caminhadinha. Peguei o trem. Desci na estacao errada. Me dei conta. Consegui voltar e embarcar de novo antes que ele partisse. Desci na certa e... ZERO parada de onibus. Caminhei um pouco pra esquerda e nao me pareceu certo. Caminhei entao pra direita e dessa vez funcionou. Peguei o busao, um calor danado (velha historia do inverno de manha que me fez sair de sobretudo e bota e verao na tarde que me fez suar feito louca - comeco a entender certas coisas sobre os aromas alemaes...). Desci e me botei a caminhar. Ai me perdi de vez... o pior eh que descobri depois que eu tinha passado tres vezes pela rua e nao tinha reconhecido. Cheguei na escola com uns dez minutos de atraso. Fechada.
Bom, de curso por hora nada... acho que vou tentar dormir beeeeemmmm mais cedo pra ver se assim me mantenho acordada durante a minha viagem diaria ate o trabalho e mantenho algum animo pra tentar me comunicar com essa gente porque non ta facil.
Mas bem, amanha eh sexta, quem sabe a semana que vem seja novamente a da motivacao e eu consiga finalmente ter aulas.
Veremos.

terça-feira, 8 de julho de 2008

ahhhhhhhh, e os cabos chegaram!!! ainda preciso refletir sobre o correio alemao.
em breve, espero, terei internet em casa! que felicidaaaaade, firmo!

mas e que veio o final de semana...

... e eu de fato fui pra Köln. Levei menos tempo pra chegar por la do que pra voltar do meu trabalho pra casa (nos primeiros dias). Preciso dizer, antes de mais nada para todos que acham que eu soh reclamo, que agora ja consigo chegar em casa em mais ou menos uma hora (o tempo estimado "normalmente" desde o inicio). Nao adianta querer lutar contra o Deutsch planejamento. Eu confesso agora que tentei rotas que me foram indicadas, nao verifiquei os horarios das conexoes no site e tentei sempre pegar o menor numero possivel de conducoes... deu no que deu. A dica eh: o lance sao os horarios e conexoes sincronizados (que funcionam com uma pontualidade de chorar - nem vou falar muito, mas pra CHEGAR no trabalho eu nao me atrasei ainda!!! se bem que com a barbada que me deram...). Se nao aprendi a ser pontual ate hoje por mim mesma, aprenderei pelo sistema de transporte germanico. Entao que eu preciso pegar um trem, um metro e um onibus e dar uma ultima caminhadinha... eu havia tentado pegar so um trem e direto o onibus: nao deu! tentei um trem e mais outro trem: nao deu! tentei um trem e um metro: nao deu! entao eh isso ai: trem, metro e busao.. e ai da!
Voltando a Köln... se a proposta era desopilar, eu me fiz! Baita dia, baita sol e baita cidade...
Desci na estacao e ja dei de cara com uma catedral (nao sei se posso chamar assim) que era de chorar abaixada no cantinho, tamanho monumento.
Fiz umas fotitas horriveis e uma tentiva de filme mais tosca ainda e me fui dar banda pela cidade. Percebi que estava MEGA lotada e presumi que sendo um "centro turistico"... ao longo do dia percebi mais ainda, me chamou a atencao uma grande quantidade de casais gays... imaginei que deveria nao ser centro apenas de turismo... caminhei caminhei caminhei e me cansei pra caramba.. tava quase indo embora quando entrei numa rua e dei de cara com um SUPER evento: vou traduzir como a parada gay, mas multipliquem por vaaaarios dias, semanas ate... muitas programacoes, shows, banquinhas (nem preciso falar que do brasil - tocando uns espanhois barbaros de tao tipicos uuuuuh - havia inumeras). Me dei muuuito bem. O pessoal super animado, distribuicao de vaaarios brindes (to com uma revista sobre e para meninas que vou levar o resto da vida pra conseguir ler eu acho) e eu no meio, vendo show desde bandinha pop ate os tradicionais "conchuntinhos" alemaes. Voltando aos brindes, chinela que eh chinela (e beeem brasileira mesmo) vai se botar a querer ganhar porcaria. Achei entao um stand interessantisimo que distribuia camisinhas e PIRULITOS!! Dei uma "bisoiada" e fui pegar um, dois quem sabe (pra guardar pra mais tarde neh). Eis que chega um alemon e se atraca, literalmente, enche a mao de pirulitos. Mazzzzah, pensei eu, e a gente achando que esses europeus sao muito dos educados e regrdaos... tosco por tosco tem em qualquer lugar. Nao tive duvida e imitei o cara, atolei a mao e meti o meu punhado bolsa... fui saindo e pensei "ah, vou voltar pegar mais um pra comer agora (a olho grande). Voltei. La estava o alemon trabalhando, com a mao cheia, distribuindo pirulitos: um por um. Me olhou de cara torta.

Nao me encolhi por pouco e segui meu passeio que agora tinha tomado uma proporcao ate entao nao imaginada de diversao (lembro eu estava quase indo embora da cidade...). Mas o tempo passou e eu precisava mesmo comecar a pensar em ir... fui entao num mercado devolver minha garrafinha de sprite que eu tinha comprado no "almoco" (ganho €0,15 por isso - ta valendo a profissao neh). Mas eis que segue aquela gentarada, mal dava pra andar e comeco a ouvir uma musica muito animada... visualizem: um tablado no meio da praca, um palco, varias pessoas na volta, algumas ja dancando, musica eletronica... jesuuuus, eu achei uma rave! Dei uma parada tambem, me meti no meio do pessoal (a essas alturas ja portando minha revista, cheia de adesivos e lutando pela causa - algo como "zero tolerancia, para zero tolerancia.. ui, ta, esse foi ruim... mas a causa eh boa!). Ohei um tanto e tive que ceder... liguei o foda-se, subi no tablado, coloquei a bolsa no chao e me botei a dancar... a energia era algo incrivel, pra variar... e muito emocionada fiquei.
Ate entao tudo nos conformes... ate que olho no meu relogio e vejo que esqueci que tinha que pegar o trem... faltavam uns minutinhos. Considerei pegar o proximo, mas ia ficar tarde... sai correndo pela cidade, perguntando pra que lado ficava a estacao (e "correndo" no meio daquela multidao eh algo muito relativo). Cheguei poucos minutos atrasada.... e para minha felicidade (e desdizendo aquilo tudo que eu lhe disse antes - como ja diria ele), o trem atrasou!!! A-TRA-SOU!!!! Se ele pode, eu tambem posso.
Buenas, peguei o trem lotaaaaaado, o dia inteiro pessoas se dirigiam para Bonn para um festival de rock. Desde a hora que sai (de manha) elas ja chegavam com engradados e mais engradados de ceva. Obvio que eu ia ter que ir nesse tal biriri.
Entao que fui, fiz amigos, me perdi, tomei banho de chuva, dei (mais uma vez) a pernada da vida, me atraquei num balde de pimenta... mas entre mortos e feridos eu me salvei.. um tanto acabadeta, confesso... e esse foi meu humilde final de semana, agora vou pra casa dormir e tentar por o sono em dia pq os proximos tambem prometem!! ah, e porque amanha tenho um longo dia de trabalho pela frente hihiiiiii

quinta-feira, 3 de julho de 2008

algumas vezes se ganha e outras se perde

e hoje me perdi DE NOVO!! Mas dessa vez levei apenas duas horas e vinte pra chegar em casa, abaixo de mau tempo literalmente, baita chuvarada e eu usando rasteirinha... quem mandou emocionarem a crianca com um ambiente de trabalho "descontraido e informal".
Peguei o primeiro trem, desci onde me indicaram, peguei o segundo trem e fui em direcao a estacao central... de la o trem seguiria para meu destino final. Ledo engano. Esperei, esperei, esperei.. e o trem parado na estacao. Quase todo mundo tinha descido nesta central, mas eu nem estranhei muito. Apos vaaaarios minutos o trem comeca a voltar na direcao de onde viemos. Tive que refazer boa parte do caminho. Consegui um guarda-chuva, porque o meu eu nao tinha levado e fui pegar o bus. Nao preciso dizer que feito um pinto molhado acabo de chegar em casa mau humorada que soh. (ah, me neguei a ir pro escritorio da aiesec e muito cara de pau vim usar a internet do Camaroes - espero que ele nao leia isso).
Somando, fiquei sabendo hoje que de fato eh provavel que terei que pagar impostos, lembrei que tenho que pagar o seguro saude e talvez ainda seja descontado mais uma porcentagem do meu salario que o governo leva tambem pra lance de saude. O banco onde abri conta tambem desconta alguns centavos por mes do seguro obrigatorio... Se eu nao voltar curada de toda e qualquer patologia possivel e imaginavel, apos gastar tanta grana, eu juro que.... ih, faltou imaginacao.
Alem disso, comecei a trabalhar de verdade, me acharam. To com uma pilha de papeis na mesa de tamanho nunca antes visto. (que sejam engolidos todos e quaisquer sorrisos e risadinhas). mas... ganhei uns minutos a mais de sono, decidiram que meu expediente comeca as oito e meia, e recebi o reembolso da minha passagem.

Ontem a noite Camaroes me deu mais um celular. Aparentemente ele ligando pra esse sai mais barato porque eh de outra operadora, entao sigo sem computador, sem camera, mas tenho DOIS celulares.. uhhh, que sorte a minha, era tudo o que eu queria.

No fim das contas hoje nao foi facil, mas amanha eh sexta e depois de tanto stress devo pegar um trem no sabado e ir pra Köln desopilar um pouco.

quarta-feira, 2 de julho de 2008

E segue o baile

Pronta eu para meu primeiro dia de trabalho. Ansiosa acordei duas horas antes (pra nao ter perigo de me atrasar) e nove e tanto vieram me buscar. Ai, continuo sofrendo.
Cheguei na empresa, ja tinha sido apresentada a todos e fui entao levada para ver a area da fabrica, setores, etc e tal. Vimos um "filminho" e o filho do meu chefe nos leva para uma sala de "eventos" ("nos" leva digo porque tinha um outro cara junto, que faco a menor ideia de quem era, soh sei que falava alemao a mil, sem conseguir me olhar nos olhos, enquanto eu concordava e sorria - pra que sorrir pra alguem que nao olha no rosto eu me pergunto) onde estava arrumada uma mesa com muitos tipos de bebidas e ele comeca a colocar sanduiches dos mais variados, cucas, bolos, etc e tal. Eu, que muito singela, tinha preparado um sanduiche de marmita e iogurte, humilhadeta, agradeci e me botei a comer. Acredito que seja a tao conhecida "hospitalidade germanica" para com os visitantes (bem conhecemos em Forqueta, Lajeado, Arroio do Meio etc e tal). Entao entendi que o tal cara deveria ser um cliente ou amigo ou sei la eu o que a quem a fabrica tambem estava sendo "apresentada". Aproveitei e fui na onda porque nao sou boba nem nada. Mais uma vez tirei a barriga da miseria.
Depois disso descobri que iam pagar a minha tal passagem que comprei por €48, bem como todas as que eu comprar nos proximos meses para me locomover aqui em Dortmund. E viva o vale-transporte! Frutas tem a vontade, me disseram. Verdade, ja fui na pera. Agua tambem, cada um que passa vai logo pegando seu litrinho e meio (deve ser a ressaca diaria da galera). Cafe nem se fala, maquininha da nescafe eh bobagem.
As pessoas mega felizes trabalhavam, vestimentas das mais variadas (tinha mina ate de mini-saia, depois nos brasileiras que levamos fama), sorriso pra ca, sorriso para la... e eu soh pensando mais uma vez: me dei bem... apesnas de uma pergunta nao queria calar.
Eu que sou um tanto cetica tive que admitir que o cara sabe o que ta fazendo... menos quando diz respeito a mim.
Logo descobri que o chefao, dono da empresa, sai de ferias amanha. Meu outro "chefe" ficara fora da Alemanha nas proximas duas semanas. Sabe o que o dono me disse: "To saindo de ferias, na volta teremos mais tempo." Cara de ponto de interrogacao novamente eu.
Bom, passei o dia pensando em um projeto, acompanhando uma menina que me explicou um pouco o trabalho dela e me esclareceu os horarios de trabalho:
Seg-quinta: 07h45 ate 8h45, pausa, 09h ate 12h, pausa, 12h30 ate 16h40
sexta-feira: igual, mas termina as 14h50.

No final do expediente ainda recebi um celular. Ta bem, acho que o saldo foi positivo, nao?!
Agora a pergunta que nao quer calar: Afinal, qual eh o meu trabalho?

A volta para casa. Queriam me trazer. Dessa vez foram longe demais (alias me disseram pra chegar mais tarde amanha, ja que irei pela primeira vez de trem e pode ser complicadinho). Nao aceitei, peguei meu celular com radinho, entrei no trem e fui. Fui. Fui. Fui. Desci nao sei onde, mas minha intuicao dizia que eu tava certa. Achei por bem desligar o radinho... Perdida novamente me encontrava. Inventei de perguntar (em Alemao obviamente) como chegar na Universidade. Depois da comunicacao um pouco embaralhada consegui me achar. O que nao achei foi o onibus que tinha que pegar. Esperei. Esperei. Esperei. Nada.
Voltei pra estacao de trem. Sabia que tinha opcao de pegar outro que deveria me largar mais perto de casa. Esperei. Esperei. Esperei. Nao veio trem.
Uma menina veio me pedir informacoes. Aff, essa eu nao podia perder! Eu, dando informacoes sobre Dortmund, em alemao, uma semana e meia depois da minha chegada. Botei banca e respondi, toda atravessada, mas respondi. Ela agradeceu e foi pra outro lado.
Continuei esperando. Nada e mais nada. De repente, nao mais que de repente, um anuncio de algumsa coisa importante que deve ter acontecido ou deveria estar acontecendo. Obvio que nao entendi. Fui perguntar pra menina. Devem chamar isso de Karma.
Ela tambem nao tinha entendido. Ufa. Ja tava achando que meu alemon tinha falhado. Imagine soh.
Nos botamos a conversar. "nos" eh modo de falar. A velocidade que ela lancava aquele monte de palavras era assustadora, agora comeco a entender algumas coisas, mas eu fui absorvendo o que podia e respondendo quando dava uma pausa. Para minha surpresa nao devo ter errado nenhuma resposta, tipo, quando eles perguntam "mas o que voce esta fazendo aqui?" e voce responde: "sim" ou "nao". Acho que aprendi a distinguir essas. Aprendi tambem que alemao eh um povo muito motivador quando se trata de querer fazer com que voce acredite que ja sabe falar a lingua deles (ou realmente acreditam nisso, ou soh sacaneiam mesmo, porque continuam falando ligeirinho).
Desistimos do trem e fomos pegar o onibus. O onibus pelo qual eu tinha esperado mais de meia hora antes de voltar pro trem. Finalmente apareceu. Ja fui logo dizendo pra minha "amiga": pega ai o numero de meu celular (te mete hehe) e vamos combinar alguma coisa qualquer dia desses. Ela me deu o dela tambem, entao acho que nao assutei.
Resultado: muita comida, certas duvidas, uma leve apreensao, um reembolso, tardes de sexta ganhas, um celular, conversacoes em alemao, uma amiga nova (vamos ver se eh dessas que fica no "um dia...") e...
TRES HORAS PRA CHEGAR EM CASA DO TRABALHO! Espero achar o caminho amanha.

terça-feira, 1 de julho de 2008

Pra quem tem boca grande e sai contando vantagem

Bem feito.

Depois de tanta felicidade, contabilidade, calculos e mais calculos, conclusoes de economia, eis que hoje tomo o tufo. (ainda nao considero o computador e maquina como tufos, pois apesar de estarem um tanto "inutilizados" tenho esperanca de que os cabos ate mim virao ou vice-versa).

Voltando a hoje: eta dia bem a toa.
Apos a crise-procura de novo apartamento, quarto, qualquer coisa, um lugar pra morar um tanto mais central e mais perto do trabalho, sem muito sucesso, decidi parar de lutar contra e me estabelecer neste quarto que tenho no campus da universidade. Aprendi a pegar os principais trens e onibus (ainda tenho muito a me perder por aqui, mas o resto da diversao fica pra depois) e venho em uma super campanha de conscientizacao sobre precisar sair de casa uma hora mais cedo para chegar no trabalho e abolir os atrasos. Vamos encarar os fatos: se eu sair ilesa dessa ja valeu a minha vinda. Por sinal, ontem levei meu primeiro "xixi-discurso" Europeu por causa de um atraso... ai ai ai, que gente mais sem paciencia.
Desfiz finalmente as malas e comecei a pensar que preciso de itens de limpeza urgentemente, panelas e talheres eu ja consegui que me arranjassem. Doi ter que fazer esse tipo de aquisicao.
okay.. ja ia eu perdendo o foco de novo. Entao que ontem, segunda-feira, nos encaminhamos para assinar o contrato do aluguel e fazer pagamento de caucao, etc e tal. Escritorio fechado. Eles nao acreditam em trabalho nas segundas-feiras.
Comentei tambem que eu tinha ouvido falar que eu precisava me registrar ou renovar visto ou algo do tipo quando chegasse aqui (detalhe: eu ja havia falado inumeras vezes sobre isso para Maxwell, doravante denominado Camaroes, na semana passada). A mocinha da Aiesec muito chocada ficou que Camaroes (pra quem nao sabe meu "trainee-friend", responsavel por me orientar, a quem nao deve ter sido entregue o chip de responsabilidade e organizacao correto, mas isso eh outra historia, soh posso dizer que a pessoa nunca tem tempo (para as burocracias) e quando tem eh pra querer saber onde fui, o que fiz e com quem falei... alguem explica pro moco que pai eu ja tenho e ainda assim relatorios estao fora de questao. Melhor eu cuidar para nao morder a lingua agora, ou melhor, nao chupar o dedo.
Fica tudo para amanha de manha (no caso hoje - terca-feira, 1 de julho, MEU SUPOSTO PRIMEIRO DIA DE TRABALHO). Ligo para meu chefe, explico a situacao e ele logo vai dizendo que tudo bem, kein Problem, kein Problem, quando eu me liberar eh para ligar que ele manda alguem vir me buscar. Detalhe: obviamente eu falei que pegaria o trem e bus ate la, mas ele disse que era meu primeiro dia e me buscariam... ouvi dizer que isso nao eh muito comum por aqui (e meu post que se destinava a tufos e reclamacoes conta mais uma vantagem... eu adoro isso aqui!).
Beleza. Tudo certo. Ou nem tanto. Acordei cedito, fui para o centro encontrar o cara que ia comigo no tal biriri (que ate agora nao entendi o nome e muito menos no que consiste) e la nos fomos. Eis que no tal biriri a mulher (mau humorada que so, minha primeira experiencia nivel "raiva dessa gente que se acha superior") ja implicou com a minha foto biometrica (foto ui ui ui que precisei fazer para o visto - que foi aceita no consulado no Brasil - e que trouxe justamente para esse tal registro). Primeiro ela disse que um lado do rosto estava um pouco mais escuro do que o outro. Mostrei que a "modelo" do papel que ela tinha ali para avaliar (o mesmo inclusive que recebi no consuulado ai) tambem nao tinha a luz exatamente igual. "A cabeca esta muito pequena entao". Ah nao neh, e assim comecei meu dia.
O querido que foi comigo estava mais perdido do que eu, com pressa e sendo vitimado com minha "leve" brabeza que me eh peculiar, nao consigo esconder e desconto no primeiro, me falou algo sobre eu ter que pagar impostos, depois me deixou no centro e se foi a levar o outro trainee pro trabalho. A Patricia saiu a procurar um fotografo pra fazer novas fotos biometricas.
Resultado parcial: ameaca de me sacaram mais uns € que tanto venho economizando, nada de registro, negativo de €11,00 gastos em 4 fotos biometricas (alias, va pra p**** que pariu com fotos biometricas), confusao mental e provavel necessidade futura de pedir mais um turno de dispensa.
E ai como fica minha imagem com tao querido chefe (que descobri que ate premio ja ganhou pelo clima organizacional e pa pa pa, mas isso tambem sao outros quinhentos)?!?!
Mas nao para por ai. Chegando quase ao meio dia, de volta na faculdade, vamos entao assinar o contrato da minha nova "casa". (uma peca e meia com banheiro, armario, cama, mesa, geladeira e prateleiras - a cozinha eh a coletiva, essa vai requerer coragem). Para minha surpresa o contrato ja estava "semi-valendo" (nunca vi disso), tive que pagar a caucao e, alem disso, metade do valor integral do aluguel referente a segunda quinzena de junho (sendo que cheguei pelo dia 24), pois assim foi considerada minha estada. Detalhe: fiquei devendo o aluguel do mes de julho, que precisa ser pago adiantado.
Tive que compensar com um ultimo almoco de €1,85 no RU (ultimo porque comecando a trabalhar viverei na base dos sandubas e marmitas). Vim correndo para o escritorio entao para ligar para virem me buscar. Pouco depois me retornam a ligacao: ah, aproveita o dia que ta lindo, vai deitar um pouco no sol, porque ja ta meio tarde e nem daria tempo de trabalhar, tu passaria mais horas no carro do que aqui. Vergonha nivel master.
okay, tive que concordar e disse que amanha cedinho estaria la. Resposta: nao, nos vamos te pegar amanha, afinal eh o teu primeiro dia.
Eu - Nao precisa. Eu pego o trem, eh tranquilo.
Ela (nao sei quem era) - Nao, nao. Te buscamos. Que horas?
Eu - ah, hum, ah (penso: "como assim que horas"?!!?)
Eu - eu nao sei, voces comecam as oito neh?
Ela - sim, mas dai eh muito cedo ... nove horas?
Eu - okay. Nove horas, perfeito. Espero ne frente do suopermercado que tem na frente do meu predio e nao se atrasem! (Ta, forcei).

Vim tentar abrir o pedido para colocarem internet no meu quarto. Eh preciso um tal de MAC - Adresse (se alguem souber onde fica ou como consigo um em um lap top que nao liga, por favor me avise).

Resultado final:
*um tanto de incomodacao
*nenhum registro
*mais um turno de trabalho que precisarei pedir para sair e fazer essa porcaria
*ameaca de impostos
*muita vergonha perante meus afazeres laborais (por sinal inexistentes ate o momento)
*muitos pilas a menos
*zero internet
*nenhum cabo no correio

Ah, fui no banco tambem, espero la ter feito a coisa certa... e ainda comprei itens de limpeza que acho que nao vao fluir (anotacao mental: aprender a ler os rotulos e nao ir apenas pelo preco)... o barato... bla bla bla