domingo, 31 de agosto de 2008

Fui pro paredao

Depois de uma semana comemorativa e bêbada chegou finalmente a sexta-feira. Fiz minha aula de alemon e pela primeira vez aqui consegui sair para correr. Ate o sábado então só me restava descansar e estudar um pouco. Ledo engano 1.
Chegando em casa fui falar com meu colega e a primeira coisa que ele me diz eh “não sei o que aconteceu com teu alemão essa semana, mas tá pior do que tava semana passada.” Uhhhhhh nada como a sinceridade germânica, se as brasileiras chocam com algumas atitudes, eles chocam com muitas palavras.
Eis que minha amiga Cami liga e, depois de alguns meses de desencontros e umas imploradinhas básicas, vem passar o findi comigo. Rá, duas contra um! Cervejinha básica pra afogar as mágoas (e o comentário) e aquela coisa toda.
Durante a semana eu já tinha combinado com o amigo de irmos numa festa no sábado em uma estação de metro. Comprei os ingressos, nove euros cada um, e já tava conformada com o possível saldo negativo, afinal de contas, como comentado, fé nível zero no potencial festivo alemão. Ledo engano 2.
Sem muitas expectativas começamos a beber em casa: uma cervejinha, outra caipirinha, uma vodka com chá gelado (eca!). Quase tivemos uma baixa no time logo de saída e uma Cami capotada no sofá. A idade pode pesar, o cansaço por aqui também (que ainda não entendi qual é que é, mas é tarefa árdua me manter acordada nesse país), mas quem é ligeira e sabe causar com propriedade não pode fazer feio. Então que conseguimos reverter a situação e nos tocamos pra tal da festa já meio em diagonal.
Pegamos o trem errado pra chegar na estação da festa, mas não fomos os únicos. Nos juntamos com uma galera então, rachamos os táxis e simbora lá. MEGA produção, que já não me impressionava mais tanto (e eu havia visto no dia anterior quando da minha corridinha), e expectativas em baixa. Na entrada um drink de Jegermeister (conhecido pela minha memória como dispositivo “desligar”), depois uma cervejinha e outra. FESTAO. Só não teve fogos de artifício (aliás, esqueçam tudo o que falam e mostram nos filmes sobre fogos de artifício e sinos badalando). Put* produção, música boa, muito espaço, amigos novos gente fina pra cara***, etc e tal.
Acontece que o amigo-vizinho-morador-do-mesmo-apartamento-do-que-eu não eh uma pessoa muito interessada em conhecer gente nova, ainda mais no trago. Se botou de canto enquanto fazíamos fotos, dançávamos e socializávamos com a galera.. quer dizer, eles socializavam, eu dançava. Momento altista da Patrícia – nada de novo – me toquei pra frente da caixa de som e lá fiquei fazendo a minha festa. Assim não me incomodava com o colega, e nem com o resto do pessoal. Por via das dúvidas “sozinha” eh sempre uma boa solução.
Devo ter ficado bastante tempo ali porque hoje as pernitchas não querem andar e alguns dedos por aqui viraram bolhas e nada mais.
Pelas seis da manha tivemos que sucumbir ao cansaço do Nico (tá, mentira, a gente cansou também e acho que a festa deve ter acabado) e viemos pra casa. Pegamos o trenzinho e depois uma caminhadinha... mas e se, durante a caminhadinha, dá vontade de fazer xixi? Acha um canto e faz ué. Se homem pode, por que não poderíamos nós? E sempre foi assim...
Bom, como já não tivesse sido pouco para o personificado estereótipo alemao que comigo habita... não tem álcool que me faca esquecer a cara de pavor após o xixi parceiro, dizendo: “meus Deus, nunca vi uma guria fazer uma coisa dessas”. Que eu saiba, independente do sexo e da nacionalidade, xixi e outras cositas más todo mundo faz. Não entendi muito bem.
Resultado: um alemão ainda mais chocado (pra dizer o mínimo), muitas pessoas causantes, todo mundo tranqüilo da bexiga, pés descalços, larica de bêbado e eu no paredão.
Ele não saiu do quarto, serei eu expulsa da casa?

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